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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Fascista quer sempre ganhar na porrada

Marçal está quilômetros à direita de Bolsonaro

Pablo Marçal, Nahuel Medina e Duda Lima (Foto: Reprodução (Redes Sociais))

Estamos vivendo um lamentável momento histórico, nasce um fascista nas nossas barbas, sem que a maioria dos políticos e dos jornalistas de política perceba, sem que os veículos de comunicação, sempre zelosos defensores da democracia, impeçam que ele ocupe espaços nos quais invariavelmente achincalha os valores democráticos e o mais impressionante é que ele não esconde seus métodos, usa e abusa da sordidez, da calúnia, da injúria, do baixo calão, do desrespeito às regras, da mentira, sem provocar o repúdio e a aversão que merece.

A campanha hostil contra todos os demais candidatos, explícita desde o início e cada vez mais truculenta, nos remete imediatamente às cenas de violência dos integralistas nas ruas do Rio de Janeiro nos anos 30, inspiradas nos fascistas de Mussolini dos anos 20, e é fato que Marçal já tem uma milícia digital nas redes sociais, que reproduz para milhões de pessoas as aleivosias que ele lança contra todos, e, como vimos no último debate, tem uma robusta equipe de seguranças própria, treinada para provocar tumulto, outra marca fascista, com a intenção de desestabilizar ou tirar os candidatos da disputa, assustar, ganhar na porrada, seja o debate, seja a pesquisa, seja a eleição.

Convidar para debate propositivo alguém que não quer debater e sim impor as suas ideias, goela abaixo, na porrada, não é homenagear o estado democrático de direito e sim aviltá-lo, é transformar o momento do voto, que diferencia uma democracia de uma ditadura num espetáculo deprimente e repulsivo. “Se a democracia é esse lixo, melhor a ditadura” poderão pensar alguns.

Alguns pontos que o caracterizam como fascista: 

1. ele não respeita partidos, pretende governar sem eles, o que lembra o Estado Novo de Getúlio Vargas; 

2. atua apoiado por um bando de seguidores que reproduzem seus ataques nas redes sociais e nas ruas, já tem milícias de fanáticos e prega, em seus cursos, que o homem tem que ser violento; 

3. despreza a imprensa; 

4. o dia da eleição, para ele, não é o dia da democracia, mas o dia da vingança; 

5. seu ídolo político é Bukele, o ditador sanguinário de El Salvador. 

Marçal não é apenas bolsonarista, como pensam alguns, ele está quilômetros à direita de Bolsonaro, São Paulo é um trampolim para Brasília e, se chegar lá, é para ficar não pelo tempo regulamentar (ele respeita alguma regra?) e sim até exterminar o “consórcio comunista” de que tanto fala.

Na base da porrada.

Quem faz campanha na base da porrada, governa na base da porrada.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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