Favela não é e nunca foi território hostil

Quantas vezes o Rio de Janeiro já viu esse filme, onde não há resultados práticos nem prestações de conta, mas somente violência contra o povo e a continuidade do crime organizado?

Quantas vezes o Rio de Janeiro já viu esse filme, onde não há resultados práticos nem prestações de conta, mas somente violência contra o povo e a continuidade do crime organizado?
Quantas vezes o Rio de Janeiro já viu esse filme, onde não há resultados práticos nem prestações de conta, mas somente violência contra o povo e a continuidade do crime organizado? (Foto: Benedita da Silva)


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No último sábado, eu me reuni com membros da Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ) para analisar as consequências para o povo dessa muito estranha intervenção militar na Segurança Pública do Estado.

Digo estranha porque o objetivo declarado do decreto da intervenção, o de "pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Estado do Rio de Janeiro", simplesmente não é verdadeiro.

Segundo dados oficiais, o número de ocorrências policiais ocorridas neste Carnaval foi menor do que os últimos anos.

Desse modo, sem ter um motivo real e gravíssimo para a intervenção militar, o que fica é o de sempre: a inexistência de um Plano de Segurança Público.

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Quantas vezes o Rio de Janeiro já viu esse filme, onde não há resultados práticos nem prestações de conta, mas somente violência contra o povo e a continuidade do crime organizado?

A ocupação do Complexo da Maré durou 14 meses e envolveu 2.500 militares. Teve um custo diário de um milhão e setecentos mil reais e zero de resultado com inúmeras violações dos direitos humanos dos moradores.

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Por isso, o comandante do Exército, general Villas Bôas, disse no Senado Federal, em 22 de junho de 2017, que o uso das Forças Armadas na Segurança Pública é "desgastante e perigoso".

Quem não sabe que o crime organizado do morro não existe sem o crime organizado do "asfalto", que lhe abastece de armas e drogas? Mas este último é "invisível" para os órgãos de repressão. As lideranças comunitárias sabem que, para a intervenção militar, o "inimigo" é o povo e o "território hostil" é a favela.

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A intervenção militar, pensada pelo Temer, vive sua fase de marketing, mas logo mostrará a outra face de "capitão do mato".

Claro que o bombardeio da mídia aliado ao desespero do povo, com a violência, gera uma falsa expectativa com a intervenção militar, a ilusão de que, na prática, ocorrerá com êxito no combate ao crime organizado.

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No entanto sabemos que será uma ação que tem tudo para transformar em vítima a própria população das áreas ocupadas pela intervenção.

As justificativas do decreto da intervenção são desculpas tão esfarrapadas que bastou um final de semana para os setores mais críticos e especializados analisassem os furos da intervenção militar no tocante à segurança pública. Sendo assim o que sobra da intervenção são os objetivos nem tão ocultos assim do golpista Temer.

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Por isso acreditamos que o Rio de Janeiro vai ser apenas o laboratório de um golpe que está sendo urdido por Temer contra as eleições e por sua continuidade na Presidência da República.

Os golpistas têm medo da força imbatível de Lula, que será um fator decisivo nas eleições em qualquer condição. E sabemos que eleições não rimam com golpes nem com políticas antipopulares.

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As lideranças comunitárias estão conscientes do que representa essa intervenção militar com toda a sua violência e abuso de poder.

Junto com as lideranças comunitárias nós exigiremos, na condição de deputada federal do Estado do Rio de Janeiro e de quem tem todas as suas raízes na favela, que o povo das favelas e periferias seja tratado como cidadãs e cidadãos conforme está garantido na Constituição.

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