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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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FHC desconstrói antipetismo e embala antibolsonarismo

"FHC joga suas cartas na mesa: vai de Lula no segundo turno para salvar, com Lula, o Brasil do fascismo e da guerra civil que o fanatismo bolsonarista prepara", analisa o jornalista César Fonseca sobre o encontro entre os dois ex-presidentes

(Foto: Ricardo Stuckert)
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Dialética apronta cada uma

Os tucanos que batiam o bumbo contra o que denominavam de o “nós contra eles”, na tentativa infrutífera de caracterizar o PT como partido radical de esquerda e, dessa forma, alimentar candidato de centro, que seria, preferencialmente, alguém do PSDB, como alternativa para 2022 , veem seu empreendimento político colapsar; as pesquisas mostram o radicalismo petista alardeado pelos tucanos como falsa narrativa incapaz de se sustentar sozinha por, simplesmente, negar a realidade; tratou-se de mera forçação de barra; caiu por terra a tentativa de provar que os petistas, como dizem os bolsonaristas, são comunistas, filhos do demônio, agora, embalados pela “vachina” chinesa(há, há, há); a trajetória petista no poder é a sua própria comprovação social democrata; nenhum gesto radicalmente político jamais foi identificado no Partido dos Trabalhadores; os tucanos, essa é que é a verdade, não honraram sua própria plataforma de sociais democratas;  já o PT, ao contrário, desde o momento inicial da sua gestão, em 2003, evidenciou sua propensão para fortalecer a social democracia brasileira; no poder, lançou, inquestionavelmente, as bases sociais democratas sólidas deixadas de lado pelos tucanos.

Social democracia verdadeira

A valorização dos salários foi a primeira comprovação dessa marca histórica petista de compromisso como os trabalhadores no ambiente social democrata, isto é, reformador, anti-radical; a social democracia petista virou correia de transmissão da melhor distribuição da renda nacional; o poder de compra dos trabalhadores avançou em todas as cadeias produtivas, para fortalecer o mercado interno; o país somente não afundou no crash global capitalista de 2008 porque praticou política social renovadora; valorização dos salários e disseminação de programas sociais distributivos de renda somado ao boom das commodities, devido à explosão econômica chinesa, no período lulista, que continuou, relativamente, forte, no governo Dilma, representou a base de sustentação política do PT; com ela, ganhou 4 eleições seguidas do PSDB; somente no tapetão o PT perdeu; afinal, no momento do golpe neoliberal, em 2016, a taxa de desemprego era de, apenas, 4%, quase pleno emprego; vingara, no Brasil, com o PT a pregação keynesiana preferencial de garantir pleno emprego como razão essencial do poder social democrata; o PSDB, de 1994 a 2002, no poder, com FHC, não praticou tal política; suas propostas de valorização dos salários se afogaram-se  no mar de conservadorismo antitrabalhista, antigetulista  que caracteriza, até hoje, os tucanos; os compromissos deles com a política ditada por Tio Sam, no Consenso de Washington, a partir dos anos 1990, priorizaram o tripé econômico neoliberal(metas inflacionária, superavit primário e câmbio flutuante) ancorado em arrocho salarial; na disputa pelo voto, com o PT, o PSDB, portanto, não foi páreo.

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PSDB se afogou no neoliberalismo

O movimento de aproximação do PSDB do PT, nesse momento, é, essencialmente, um mea culpa, para tentar se viabilizar eleitoralmente por intermédio de Lula. Depois de perder em 2014 e partir para o tapetão, tentando anular a eleição no TSE, os tucanos abandonaram a democracia e partiram para o golpe de 2016, com a pauta neoliberal, essencialmente, antidemocrata, social e economicamente suicida; dançaram feio no primeiro turno, em 2018(menos de 2% dos votos); em vez de fazer, naquele momento, o que FHC faz agora, ou seja, aliar-se ao PT, para impedir ascensão fascista bolsonarista, os tucanos naufragaram no neoliberalismo de Paulo Guedes; ficaram sem horizonte para 2022, depois do desastre bolsonarista; embarcaram na canoa furada da narrativa do antipetismo, para construir a quimera da narrativa desastrosa bolsonarista; dela, agora, fogem como o diabo da cruz, em torno da qual estão perto de 450 mil mortos na pandemia sem vacina não contratada pelos genocidas governistas; sem candidato viável, porque o que construiu – juiz Sérgio Moro – afogou na falsa narrativa da Operação Lavajato, embalada pela Globo,  o  projeto tucano, que tinha como estandarte o antipetismo, desmancha-se no ar.

Desmonte do antipetismo 

O desmonte da Lavajato, construída nos laboratórios da justiça conservadora brasileira, pressionada pelo departamento de justiça americano, para exterminar a Petrobras e tomar conta do pré sal, deixou PSDB sem candidato viável; o que tentou construir – Moro – foi cooptado e, em seguida, defenestrado por Bolsonaro; a recuperação de Lula, vitimado pela falsa narrativa de lawfare tucano-bolsonarista, ancorada na campanha do antipetismo, criou novas circunstâncias, no momento, em que o fato político relevante, no auge da pandemia, transformou-se na polarização entre Bolsonaro e governadores; esta, dialeticamente, fortalece Lula como voz do apaziguamento político nacional; todos, agora, recorrem a ele como solução política racional. Diante disso, FHC, que conhece os movimentos contraditórios da dialética marxista, embora tenha renegado Marx, para chegar ao poder, joga suas cartas na mesa: vai de Lula no segundo turno para salvar, com Lula, o Brasil do fascismo e da guerra civil que o fanatismo bolsonarista prepara. Arrefece-se, por conta disso, o antipetismo, enquanto  ganha dimensão de terror o bolsonarismo, inimigo comum de todos e alvo a ser derrotado.

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