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Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos Norte, Nordeste e Centro-Oeste do grupo.

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FHC se assume como porta-voz do golpe no mundo

"A razão, a racionalidade por trás do golpe responde pelo nome de Fernando Henrique Cardoso. Foi a vaidade e o afã de registrar a paternidade desta infâmia contra a República que levou FHC, do alto dos seus 87 anos, a escrever ao Financial Times um texto tão rasteiro", avalia o jornalista Aquiles Lins, editor do 247, sobre o artigo em que o ex-presidente tucano ataca Lula e defende o golpe parlamentar de 2016; "O cérebro do golpe foi o de FHC. Agora ele reivindica também a fala, a representação"

FHC se assume como porta-voz do golpe no mundo (Foto: Reuters | Stuckert)
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu nesta terça-feira, 21, sua verdadeira personalidade: a de porta-voz do golpe parlamentar brasileiro para o mundo. Em artigo no jornal britânico Financial Times, FHC se dedica a atacar Lula, por puro despeito, pelo candidato petista, líder nas pesquisas, ter denunciado no New York Times a perseguição político-judicial-midiática da qual é vítima.

FHC diz que Lula falta com a verdade ao retratar o Brasil "como uma democracia em ruínas, na qual o Estado de Direito deu lugar a medidas arbitrárias destinadas a enfraquecer ele e seu partido". O tucano só perdeu o timing do argumento, porque ninguém menos que o Comitê de Direitos Humanos da ONU concorda com Lula. Tanto que determinou que o Estado brasileiro garanta a participação de Lula nas eleições.

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Em outro trecho infeliz de seu artigo, o sociólogo tucano diz que o impeachment e a destituição da presidente Dilma Rousseff em 2016 "não foram, ao contrário do que Lula afirma, um golpe de Estado". Ele chama as "pedaladas fiscais", praticadas pela petista para garantir recursos aos programas sociais, de "violação à lei de responsabilidade fiscal do Brasil", e diz que todo o processo foi acompanhado pelo Supremo Tribunal Federal.

Recorrendo ao próprio FHC, em um trecho do livro "Dependência e Desenvolvimento na América Latina", que ele escreveu com o chileno Enzo Falleto na década de 1960, ao descrever o papel dos militares na derrubada de governos eleitos, Fernando Henrique diz que as "forças armadas como corporação tecnoburocrática ocupam o Estado para servir a interesses que acreditam serem os da nação". Se substituirmos o papel dos militares pelo do Judiciário, teremos um resultado semelhante no Brasil, tão exposto que está o ativismo político de juízes, promotores e ministros da Suprema Corte no Brasil, querendo tutelar a democracia e ignorando solenemente as expressões da vontade da população, de quem emana todo o poder.

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É sabido por ampla parcela da classe política brasileira, à direita e à esquerda, que Fernando Henrique foi o mentor intelectual do golpe parlamentar contra Dilma. Fez de Aécio Neves seu fantoche para desestabilizar o governo logo após as eleições de 2014. Não é demais lembrar que o PSDB pediu a recontagem dos votos, numa atitude anti-democrática e desrespeitosa com o povo brasileiro. A participação de Eduardo Cunha no golpe foi incidental, movida a vingança e à necessidade de se safar das acusações que acabaram levando-o à cadeia.

A razão, a racionalidade por trás do golpe responde pelo nome de Fernando Henrique Cardoso. Foi a vaidade e o afã de registrar a paternidade desta infâmia contra a República que levou FHC, do alto dos seus 87 anos, a escrever ao Financial Times um texto tão rasteiro. O cérebro do golpe foi o de FHC. Agora ele reivindica também a fala, a representação.

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Fernando Henrique encerra seu delírio chamando de "grave distorção da realidade" denunciar a campanha persecutória contra Lula e pede: "Meu país merece mais respeito". Qual País merece respeito, ex-presidente? O Brasil que retira uma presidente legítima para colocar no lugar um sindicato de ladrões, que entrega o patrimônio nacional a preço vil, que perdoa bilhões em dívidas de bancos, que concede isenções fiscais de R$ 1 TRILHÃO a petroleiras estrangeiras, que insere na Constituição um limite de gastos públicos por 20 anos? Ou o País que condena sem provas seu presidente mais popular da história, impedindo-o de ser eleito novamente?

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