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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Filhos afundam governo Bolsonaro

Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, avalia que "o governo Bolsonaro é o primeiro da história republicana no qual os filhos são os três principais favorecidos em todas as circunstâncias, cada qual exercendo uma função para a qual não foi eleito". "Quanto mais Bolsonaro oferece filé mignon à prole, mais desagrada a seus aliados"

(Foto: Reproduçao)
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Se eu fosse diretor de redação de um grande jornal e nomeasse meus três filhos inexperientes para os três principais cargos de confiança – se o dono ou os acionistas permitissem – a reação dos demais jornalistas seria a pior possível.

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Por mais que os garotos fossem competentes – mas sem nenhuma vivência jornalística - seriam apontados como favorecidos pelo pai e seriam desprezados e boicotados pela redação. Os demais jornalistas sentir-se-iam desprestigiados e convencidos de que os filhos do chefe sempre terão tratamento especial, não devido ao desempenho, mas ao parentesco.

Haveria motim e o jornal certamente afundaria se os filhos fossem mantidos.

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Por esse motivo tal descalabro jamais ocorreu em nenhum jornal brasileiro. Os grandes jornalistas quando têm filhos jornalistas talentosos fazem questão de não os empregar para evitar problemas para eles, para si mesmo e para o jornal.

Se num jornal o nepotismo provocaria danos dessa monta, imagine se a situação ocorresse num governo. Não precisa imaginar. Já está acontecendo.

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O governo Bolsonaro é o primeiro da história republicana no qual os filhos são os três principais favorecidos em todas as circunstâncias, cada qual exercendo uma função para a qual não foi eleito.

E os aliados são tratados a pão e água. Isso quando sobra pão e água.

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Apesar de ser apenas um vereador  do baixo clero, Carlos, o caçula, atua como o Goebbels do pai, moldando o culto à sua personalidade e insultando e ofendendo todos aqueles que discordam das ideias paternas, por mais estapafúrdias que sejam.

É claro que ele tem colecionado inimigos, que se tornam, por tabela inimigos do pai e do governo.

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O primogênito, Flávio tornou-se símbolo de corrupção, ao lado de seu parça Queiróz, rasgando a principal bandeira da campanha presidencial.

Em vez de dar mais importância ao combate à corrupção, como prometeu na campanha, Bolsonaro pai se empenha em blindar o filho em todas as instâncias possíveis, quebrando a regra republicana segundo a qual “a lei é para todos”.

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O filho do meio, Eduardo, já está sendo visto nos meios políticos como sucessor do pai, o que provoca repulsa e ciúme dos aliados. Ao se dar conta de que não há mais clima para o indicar embaixador em Washington – sem nunca ter feito carreira na diplomacia – Bolsonaro inventou de forçar a barra para o nomear líder do PSL na Câmara dos Deputados, no que foi fragorosamente derrotado.

Quanto mais Bolsonaro oferece filé mignon à prole, mais desagrada a seus aliados, cientes de que para eles só vão sobrar as pelancas.

“Filhos, melhor não tê-los”, proclamou o poeta Vinicius de Moraes, meio brincando, meio a sério.

Bolsonaro está mostrando que é melhor não tê-los no governo. Mas teima em manter isso aí.

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