Fim do Ministério do Trabalho para o remate final dos direitos dos trabalhadores
A invisibilidade é o que Bolsonaro pretende oferecer aos 12 milhões de desempregados do nosso país. Mudar a métrica, acabar com todos os parâmetros e resquícios de direitos e reconduzir o país às relações e condições da Casa Grande
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A extinção do Ministério do Trabalho, anunciada pelo futuro presidente Jair Bolsonaro, é o maior e mais cruel ataque aos trabalhadores. Trará drásticas sequelas, provocadas pelo desmonte da rede de mediação de conflitos de interesses; desmonte do sistema de fiscalização das relações e condições de trabalho e de proteção de direitos básicos dos trabalhadores (como PIS/PASEP, abonos, seguro desemprego entre outros, que compõem o mundo da seguridade e do trabalho).
A extinção do Ministério do Trabalho dará cabo final da Era Vargas e das regras básicas de civilidade nas relações de trabalho, alvejadas pelo governo Bolsonaro, que se avizinha. Há um quê de sarcasmo nesse anúncio exatamente no mês em o Ministério completa 88 anos de existência.
O Brasil, que ainda tem uma longa trilha a percorrer no combate ao trabalho escravo, dos abusos e cortes de direitos, que estão sendo referendados com o fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), agora está a um passo de retornar ao período escravagista.
As reformas trabalhista e previdenciária, e outros desmontes patrocinados por Temer, abriram alas para o aprofundamento do caos que avança em passos largos.
E agora, para aprofundar as fissuras desse quadro, Jair Bolsonaro desqualifica o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fundado em 1934, o órgão, que mensura o desemprego no país, teve sua metodologia questionada e chamada de "farsa", em mais um arroubo de Bolsonaro contra a ordem institucional e civilizatória.
Ao longo do tempo, o trabalho desenvolvido pelo IBGE consolidou a confiabilidade da instituição, responsável pela divulgação de dados e estatísticas que serviram de baliza para o desenvolvimento de ações e políticas públicas de diversos segmentos da nossa sociedade.
A dose de perversidade do projeto eleito, capitaneado por Bolsonaro, é meticulosamente calculada, tecida na propagação da meritocracia individual, na capacidade e competência do autoempreendedorismo e na cantinela que ventila o engodo de que "a classe trabalhadora e o empresário moderno buscam do melhor para todos".
A invisibilidade é o que Bolsonaro pretende oferecer aos 12 milhões de desempregados do nosso país. Mudar a métrica, acabar com todos os parâmetros e resquícios de direitos e reconduzir o país às relações e condições da Casa Grande, onde a força bruta e migalhas mantinham sobre controle a Senzala.
Saibam que enfrentarão resistência. Os trabalhadores serão ferrenhos em defesa de seus direitos e dignidade.
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