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Daniel Quoist

Daniel Quoist, 55, é mestre em jornalismo e ativista dos direitos humanos

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Finalmente a Secom volta a ser o que é - uma Secretaria de Comunicação da Presidência da República

Ao decidir dar preferência aos meios digitais e suas efervescentes redes sociais o governo se blindou contra o decadente braço da oposição midiática e assim desarrumou os factóides em série que já deviam estar sendo planejados

Ao decidir dar preferência aos meios digitais e suas efervescentes redes sociais o governo se blindou contra o decadente braço da oposição midiática e assim desarrumou os factóides em série que já deviam estar sendo planejados (Foto: Daniel Quoist)
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Lula ressurge no palco com cheiro de eterna novidade.

E traz consigo o discurso certo, bem afinado, condizente com sua condição de fenômeno político e de comunicação surgido no país nas últimas décadas.

Agora que a oposição e a grande mídia monopolista entenderam que seu inimigo não é Dilma Rousseff e sim o metalúrgico duas vezes presidente do Brasil, o Lula da Silva, isso também ficou bastante claro para o próprio, o inimigo jurado.

Nesse contexto vemos Lula se posicionar, com raciocínio apurado, discurso convincente e algumas vezes inflamado de alguém que tem realmente autoridade moral para reivindicar o próprio protagonismo na guinada que o Brasil tomou rumo a uma ampla mobilidade social, e que vem celebrar o mais formidável conjunto de políticas públicas de inclusão de que se tem notícia na América Latina em passado recente.

Pois bem, observei com cautela, as críticas ao recém-divulgado programa do PT em rede nacional de rádio e televisão.

Alguns se metem a esgrimir bobagens, como essa do Aécio 'Mau Perdedor' Neves: “O PT escondeu Dilma de seu programa!”.

Outros reentoam a velha ladainha que desejam tornar realidade ao menos nos últimos quatro anos e meio: “O PT se descolou de vez do governo Dilma!”

A verdade, ao menos em minha forma serena de separar os fatos das versões políticas, é que nem o Mau Perdedor é sincero e verdadeiro em sua fala e nem os blogueiros de oposição conseguiram, ao menos dessa vez, se regozijar com uma possível cizânia a divorciar mesmo que levemente o PT e a presidente Dilma Rousseff.

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E não se trata de esconder Dilma.

Vejamos, por acaso a presidente se encontra ainda em campanha eleitoral para ocupar os espaços próprios de sua principal instância partidária? Ela foi eleita e governa. Lastimável que o candidato que derrotou ainda despeja suas fichas em um cada vez mais improvável terceiro turno das eleições.

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Com a instrumentalização da mídia reacionária, conservadora e monopolista que temos, o que ganharia o governo usando o espaço que é próprio do PT?

Somente se o desejo fosse jogar água nos moinhos dos panelaços “a la Tramontina” dos bairros chiques e elegantes do Leblon e Ipanema, dos Jardins e de Pinheiros, da Savassi e de Mangabeiras.

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Caso tivesse protagonismo no programa de seu partido Dilma seria não mais que escada para seus detratores encastelados na TV Globo, Globo News, rádio CBN, e assunto de matérias panfletárias, desairosas e cheirando a queimado que costumam inundar o jornalismo de opinião francamente majoritário na imprensa escrita - Veja, Época, O Globo, a Folha e o Estadão.

Foram certeiras as duas últimas decisões dos que cuidam da comunicação no entorno da presidente da República.

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A primeira, de não fazer pronunciamento na tevê no Dia do Trabalhador, em 1º de maio.

Ao decidir dar preferência aos meios digitais e suas efervescentes redes sociais o governo se blindou contra o decadente braço da oposição midiática e assim desarrumou os factóides em série que já deviam estar sendo planejados para lhe desgastar na hora mesma do tal pronunciamento. Deu zebra e tiveram que se contentar com os panelaços de gente da casa, como o fizeram com esfuziante alegria os funcionários globais André Trigueiro e Leilane Neubarth, apenas para citar alguns.

Resumindo, o governo na undécima hora retirou a escada e deixou a oposição e os meios de comunicação reverberando seus queixumes á moda do “ficou muito feio para a presidente não falar a Nação”.

A segunda decisão certeira foi a de não colocar a presidente na propaganda partidária do PT no dia 5 de maio último.

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Outra vez o governo foi bem sucedido ao abortar novas campanhas de descrédito daqueles que procuram “sangrar” a imagem da presidente, mantê-la com baixos indíces de aprovação e assim alavancar, quem sabe ainda antes de 2018, o velho terceiro turno. E o que é o terceiro turno salvo uma forma cretina, pouco engenhosa e grosseira de mascarar o que não passa de conspiração golpista, reunindo a oposição, raivosa, mau perdedora e sem discurso a uma imprensa com tradição claramente golpista, elitista e monopolista contra um governo legitimamente eleito há menos de seis meses.

As duas decisões apontam para um fato consumado: o governo finalmente descobriu que precisava dar um mínimo de atenção à sua Secretaria de Comunicação, a SECOM e, mostrou ter acertado a mão quando colocou em sua chefia alguém com o perfil do ministro Edinho Silva - comedido e enérgico, competente, leal e com experiência madura nas artes da política. É como se a Secom retomasse o fio da meada deixado pelo estrategista maior que o PT já teve algum dia, o ministro Luiz Gushiken.

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E isso acontece em um momento em que até velhos companheiros de Lula deixam transparecer fortes pitadas de melancolia, "arriamento" de bandeiras, e certo cansaço intelectual.

A reaparição de Lula, no 1º de maio em São Paulo, se deu em grande estilo e então vimos aquela sua velha disposição de menino que volta a fazer o que sabe ser seu melhor ofício: dialogar, debater, conversar com as ruas, trazer o Brasil profundo para o centro da agenda nacional. E faz isso usando um linguajar bem ‘decodificado’ cheirando a novinho em folha.

Algo, portanto, muito diferente daquele jeito artificial de cenário de novela da Globo que o candidato Aécio Mau Perdedor Neves tentou levar adiante em 2014 à base “Vamos conversar?” e deu no que deu, o povo não quis conversar com ele. E de bronca, ressentido como ele só, se recusa uma e mil vezes a reconhecer a sentença soberana das urnas a lhe dizer: “A eleita para presidir o Brasil se chama Dilma Rousseff! Playboy, você p e r d e u!"

Sim, Lula continua com o mesmo discurso de sempre, diriam alguns em raciocínios enviezados e entediados, mas é assim porque ele passa algo de muito sincero em sua argumentação e o povo a que se dirige capta isto logo nos primeiros minutos de sua fala.

Agora, as perguntas que não querem calar:
1. Afinal, quando se encerra esse famigerado terceiro turno?
2. Já não passa da hora de se dar um sonoro basta a essa pasmaceira golpista do terceiro turno?

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