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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Flávio Bolsonaro faz jus a prisão preventiva

"Por ordem do STF de 25 de novembro de 2015, acatada pelo Senado, o senador Delcídio do Amaral foi o primeiro senador preso da história do Brasil. Flávio Bolsonaro pode ser o segundo", avalia Alex Solnik, Jornalista pela Democracia, sobre a investigação contra o filho de Jair Bolsonaro; "Uma das condições para decretação de prisão preventiva é o investigado atuar para atrapalhar as investigações, o que tanto 01 quanto Queiróz têm feito de forma ampla, geral e irrestrita"

Flávio Bolsonaro faz jus a prisão preventiva (Foto: Geraldo Magela)

Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia

Por ordem do STF de 25 de novembro de 2015, acatada pelo Senado, o senador Delcídio do Amaral foi o primeiro senador preso da história do Brasil. Flávio Bolsonaro pode ser o segundo.

A matéria de Cátia Seabra e Ítalo Nogueira, hoje, no UOL revela haver "indícios robustos de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa" contra o filho 01, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, que o investiga por meio do Grupo de Ação Especializada no Combate à Corrupção.

O relatório citado na reportagem a descreve como "organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, formada desde 2007". A sede da organização criminosa era o gabinete do deputado Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde teve mandato por 16 anos. "A materialidade dos crimes de peculato restou parcialmente incontroversa", diz o relatório.

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O MP descreve três núcleos "hierarquicamente compartilhados". O primeiro nomeava assessores; o segundo, recolhia e distribuía parte dos salários e o terceiro entregava parte dos salários". A quadrilha tinha dezenas de integrantes. "O grupo se valia de funcionários fantasmas para aumentar a arrecadação".

O relatório se baseou nas palavras de Fabrício Queiróz. Ele admitiu ter recebido parte dos salários dos funcionários e usá-lo para remunerar assessores informais sem contar ao deputado. Mas a defesa não informou a lista de assessores informais. E o MP concluiu que Fabrício queria com isso desviar o foco da investigação que também recai sobre o filho do presidente.

Ele efetuou 48 depósitos sequenciais de R$2000 em sua conta bancária entre 9 de junho e 13 de julho. Também é investigado por indícios de lavagem de dinheiro em compra e venda de imóveis entre 2010 e 2017, envolvendo 19 propriedades.

Uma das condições para decretação de prisão preventiva é o investigado atuar para atrapalhar as investigações, o que tanto 01 quanto Queiróz têm feito de forma ampla, geral e irrestrita.

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* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.