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Antonio Nogueira

Poeta e mestre em história social. Autor do livro "O oráculo me seduz ao vácuo" (2020); interessado em marginalidades e discursos afins.

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Flerte psicossomático

A arqueologia do capitalismo nos conta que a complexa engenharia foi pensada para amedrontar a classe trabalhadora desde sua formação

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Vivemos ameaçados pela máquina de guerra chamada capital, por essa ameaça, faz se necessário discutir a existência, mais precisamente, o funcionamento dos corpos inseridos nesse belicoso contexto. Produtos belicosos têm uma peça chamada “cão”, a qual propicia energia para o disparo antes do tiro, uma única peça para este fim, e vamos tratá-la como sintoma: fascismo.

A arqueologia do capitalismo nos conta que a complexa engenharia foi pensada para amedrontar a classe trabalhadora desde sua formação, e quando necessário, aciona-se o maquinico e assustador corpo belicoso pelo uso da violência. Seu uso é a sinergia entre capitalismo e nossas sombras. Explico: a fantasmagórica interiorização da fábrica; o neoliberalismo e o flerte com o fascismo no interior dos corpos. 

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A interiorização reflete na mais fantasmagórica produção de “não-vida: ” o trabalhador uberizado, o servidor privatista, o patriota entreguista, o latifundiário inquilino, entre outros desvarios do “homoempresarial,” sombras que também se encontram no campo progressista, presas em produções ressentidas. Todos se veem livres. Todavia, são enjaulados.

O neoliberalismo enjaulou todos num sufocante aquário de frente ao mar, é desejante da escassez, assassina a abundância via um keynesianismo de esquerda. Todavia, os críticos do economista inglês, “revolucionários, ” se cegam em suas omissões. Suas sombras dão volume ao fascismo por valores pobres, ressentidos.

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Segundo turno é escuridão fascista dentro do campo progressista, a aceitação da mais podridão política desde 1964 pela mesquinhez de nós mesmos, frustrações e cansaços. Mas também, acima de tudo, pela infantilidade e tamanha falta de amadurecimento em flerte com o cão maquinico que carregamos em nós.

É verdade que o campo progressista deveria guinar à esquerda pelo menos desde 2014, não o fez, e o preço é alto. Entretanto puni-lo neste momento é um erro de estratégia revolucionária. Brizola e Prestes entenderiam que do outro lado, não está FHC ou Mario Covas. Cito estes, porque nunca se furtaram na luta institucional, cito estes, por entenderem que não há espaço vazio na política.

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Não se trata de apoio a Lula, se trata de existir nos próximos 4 anos. Para tal, deve se matar a micromáquina de guerra, desligar a sinergia entre nós e o cão raivoso. Não se trata de matar o ódio, isso é impossível, mas de interromper o que vem de Brasília. O termo “Bolsolula,” além de desonesto é fascista, sobretudo, um sintoma que independe de esquerda ou direita, e não me refiro a “fascismo de esquerda,” me refiro ao conceito político como sintoma.

Desligar a fábrica dentro de nós é matar o homoempresarial, num contexto nefrálgico dessa constante guerra belicosa, é matar o ressentido cão raivoso, é não ter cumplicidade institucional facho. Para muitos se trata exclusivamente de política, quando na verdade, é amadurecimento e terapia. 

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