Focinho de porco não é tomada, calúnia não é piada
Como Moro não leva jeito para humorista, sua declaração junina, que bombou na internet em abril de 2023, não foi vista como piada por Gilmar, que o processou
Numa festa junina, em julho de 2022, o ex-juiz Sérgio Moro e então candidato a presidente da República ou senador, resolveu exibir ao público sua veia humorística, ele que sempre teve a fama de mal-humorado e jamais subiu num palco para fazer comédia stand-up .
Gravou por iniciativa própria, olha só o nível, sem que ninguém sugerisse ou obrigasse, um vídeo em que diz que para não ser preso é só comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes.
Foi mexer logo com quem! e quando Gilmar era o inimigo número 1 da Lava Jato!
Como ele não leva jeito para humorista, sua declaração junina, que bombou na internet no dia 14 de abril de 2023, não foi vista como piada por Gilmar, que o processou por calúnia, muito menos pela então vice de Augusto Aras na PGR, Lindora Araújo, que o denunciou, pediu sua prisão e, se a condenação passasse de quatro anos, a cassação de seu mandato.
Agora há pouco, os cinco ministros da Primeira Turma do STF aceitaram a denúncia de Lindora, e, numa goleada de 5 a 0, com gols de Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, o senador Moro virou réu.
Levou um balde de água fria, pois ainda estava comemorando a vitória por 7 a 0 no TSE no caso de abuso de poder econômico nas eleições.
Como o mesmo quinteto vai julgar Moro pelo crime de calúnia, ainda não se sabe quando, é óbvio que ele será condenado e também por cinco a zero.
A dúvida é se vai perder o mandato.
Focinho de porco não é tomada, calúnia não é piada.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.



