“Folha” provoca Bolsonaro com livro sobre comunismo

Adorei a provocação da Folha. "Leitores do mundo todo, uni-vos" diz a chamada do anúncio de ¼ de página na última página da Ilustrada do livro "Comunismo para crianças".

Não bastasse isso, quem edita no Brasil a obra escrita pela alemã Bini Adamczak é a Três Estrelas, empresa da Folha.

Bolsonaro move uma guerra particular contra o jornal desde a publicação de reportagens sobre a Wal do Açaí e os escândalos do WhatsApp.

O livro foi demonizado pela extrema-direita americana. O título é uma ironia, mas ministros jurássicos como Damares, Ernesto Araújo, Ricardo Salles e Ricardo Vellez Rodriguez vão achar que o livro quer converter as criancinhas ao credo vermelho e a tentação de jogá-lo na fogueira não será pequena.

A autora, na realidade, utiliza a linguagem infantil, de conto de fadas, para explicar o comunismo de forma mais simples. E crítica. Para adultos. O livro é uma crítica à deturpação do comunismo perpetrada por Stalin.

Bolsonaro vai subir nas tamancas, vai estrebuchar, vai atiçar as redes sociais e comandar mais uma intifada contra a Folha, mas não há nada a fazer: a constituição à qual ele jurou obedecer no dia 1º. garante a liberdade de expressão e veda a censura aos meios de comunicação. "Folha" provoca Bolsonaro com livro sobre comunismo