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Cesar Locatelli

Economista e mestre em economia.

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Fome segue crescendo e atinge 33 milhões de brasileiros

O desmonte de políticas públicas, a crise, o aumento da desigualdade e a pandemia aprisionaram mais da metade da população brasileira na insegurança alimentar

Manifestantes protestam contra a fome no Brasil e uma foto de dinheiro ao fundo (Foto: Pixabay | MTST)
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No final de 2020, havia 19,1 milhões de brasileiros convivendo com a fome. Em 2022, são 33.1 milhões. Foram lançadas à fome 14 milhões de pessoas nesse período. Esse é o resultado mais triste a que chegou o II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar divulgado pela Rede PENSSAN.

Salta aos olhos a regressão da segurança alimentar no Brasil nos anos recentes. Em 2004, tínhamos 64,8% da população em nível de segurança alimentar. Esse percentual subiu para 69,6% e 77,1%, em 2009 e 2013. respectivamente. As três pesquisas seguintes (2018, 2020 e 2022) apontaram quedas fortes e seguidas para 63,3%, 44,8% e 41,3%. 

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Se considerarmos que 1% da população brasileira representa aproximadamente 2 milhões de pessoas, constatamos que mais de 70 milhões de pessoas saíram da condição de segurança alimentar no últimos anos.

grafico

Para aferir-se o grau de segurança ou insegurança alimentar a pesquisa fez oito perguntas nos 12.745 domicílios que compuseram a amostra deste II Inquérito. As perguntas variaram desde se  algum dos moradores não fez uma ou mais refeições em algum dia dos três meses anteriores, até ter tido a preocupação de que a comida acabaria e não poderia comprar ou receber mais comida.

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Se as respostas às oito perguntas fossem negativas, os moradores seriam considerados em segurança alimentar. A classificação de insegurança alimentar grave seria conferida se houvesse 6 ou mais respostas positivas. Para posicionar os moradores no nível de insegurança alimentar moderada seriam necessárias 4 ou 5 respostas positivas.

A série de 6 pesquisas relatadas no estudo mostra queda na insegurança alimentar grave nos anos de  2004, 2009 e 2013, respectivamente 9,5%, 6,6% e 4,2%. Novamente considerando que 1% da população representa, aproximadamente, dois milhões de pessoas, observamos que, no período entre 2004 e 2013, cerca de 10,6 milhões de brasileiros saíram da condição de insegurança alimentar grave.

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Os números pioraram significativamente em 2018, 2020 e 2022, para 5,8%, 9,0% e 15,5%, respectivamente. Em outras palavras, a pesquisa mais recente, feita no final de 2021 e início de 2022, captou que a fome atingia 33,1 milhões de pessoas no Brasil.

“A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora na crise econômica, o aumento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 mantiveram mais da metade (58,7%) da população brasileira em insegurança alimentar, nos mais variados níveis de gravidade”, afirma o estudo.

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