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Marlon Marques

Mestre em História Social Pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Membro do Laboratório de Economia e História (Lehi) e do Núcleo de Estudos sobre Capitalismo, Poder e Lutas Sociais (Necap)

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Frases, ditos e feitos

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“Se não tem pão, que comam brioches”, a anedota serviu para incendiar o povo francês que nos meses subsequentes derrubou a monarquia inaugurando um novo período histórico convencionalmente categorizado por nós historiadores como Idade Contemporânea. Só depois de alguns anos de pesquisa, chegou-se a conclusão que a frase nunca foi dita pela rainha Maria Antonieta, na verdade o primeiro registro da sentença aparece em 1778 no livro Confissões, do filósofo iluminista francês Jean-Jacques Rousseau. Ele teria relatado um encontro com uma grande princesa que, ao ser informada sobre a carestia dos camponeses, respondeu com a taxativa.  Passados 243 anos, nós aqui no calor dos trópicos, estamos outra vez diante de uma liderança que a cada minuto dita frases repugnantes e insensíveis. A história, como disse Marx, se repete a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.  

Diante das escandalosas compras de supermercado do governo, o farsante declara: “manda enfiar na bunda”. Me desculpe o leitor por reproduzir a baixaria, mas essa foi a resposta de quem ocupa o cargo máximo da república para explicar: 14 milhões em achocolatados, 15 milhões em azeite de oliva, 16 milhões em batata embalada, 1 milhão em chantilly, 2 milhões em chiclete, 40 milhões em frios, 45 milhões em queijo, 13 milhões em sorvete, 5 milhões em uvas passas, 2 milhões em vinho, 15 milhões em leite condensado, e eu poderia continuar listando outros absurdos que somatizam os 1,8 bilhões de gastos.

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Enquanto os nobres do planalto se fartam torrando o nosso dinheiro, no mundo da economia real os trabalhadores não conseguem comprar o básico. O gás de cozinha atinge patamares de 90 reais, o pacote de arroz chega a 20, feijão 7, óleo 8 e a carne passa dos 30 reais. Em geral, a cesta básica atual tem impacto de 46,94% do salário mínimo que, por sua vez, possui a menor capacidade de compra dos últimos 16 anos. A situação é ainda mais dramática entre os 31,57% dos brasileiros sem renda após o fim do auxílio emergencial. 

Outras projeções apostam que, com a demora no processo de vacinação do povo, e pela inépcia do governo, sabemos que isso é provável, o Brasil viverá novos recordes de desemprego e desindustrialização. Isso sem contar as novas cepas do vírus, que podem ser mais letais e contaminantes, massacrando os mais pobres e dando fôlego ao projeto genocida do governo. 

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Nem mesmo uma tragédia grega, ou um tango argentino dariam conta de falar de nossa triste realidade de agora. Nosso pesadelo parece mesmo que só terá fim quando apostarmos nos ventos do iluminismo, tomarmos a bastilha, deceparmos as cabeças e derrubarmos o rei louco.

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