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Manuel Domingos Neto

Historiador, professor, pesquisador na área das Forças Armadas. Foi deputado federal pelo Piauí

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Fujões

"Onde se viu abandonar postos de direção em momentos cruciais? Não há discurso ético que resista a essa febre de renúncia de cargos", diz Manuel Domingos Neto

O ministro da Defesa, general de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Notícias de que comandantes militares renunciariam a seus postos pontilham na imprensa há muitas semanas. 

 A vida ensinou-me a duvidar de noticiário desse teor. Através de jornalistas incautos ou de má fé, oficiais vivem plantando informações para formar climas. Dão trabalho aos meus colegas dedicados a acompanhar os lances complexos da guerra híbrida.

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Mas desde o início, perguntei-me sobre o que move oficiais a largar o comando dos principais instrumentos de força do Estado em momento tão delicado do jogo internacional, em que a hecatombe nuclear pode ser anunciada a qualquer momento. Os comandantes não pensam nisso?

Perguntei-me também sobre o sentido da renúncia em circunstâncias tão especiais para a democracia brasileira, em que o presidente da República ameaça promover rupturas institucionais. 

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Por quais princípios éticos se movem os comandantes? Com quais intenções, mesquinhas ou elevadas, se orientam?

Desgosto com a decisão do soberano, que em regimes democráticos é povo? Mais precisamente, desgosto pela vitória de Lula? Mais precisamente ainda, amargura pela derrota de seu candidato? 

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Passou-me pela cabeça a possibilidade de os comandantes pretenderem simplesmente alimentar o ambiente de insegurança para o cumprimento da vontade popular que lhes aborreceu. Vontade pirracenta de melar a festa agendada para o primeiro dia do ano. Ganhariam, assim, posição de barganha corporativa junto ao próximo Chefe de Estado.

Diante da frustação de um atentado terrorista em Brasília no último final de semana, comecei a pensar que os comandantes estariam fugindo da responsabilidade sobre engrenagens macabras. 

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Os terroristas se articulam no âmbito de integrantes da família militar acampada nos perímetros de segurança dos quartéis. É difícil dissociá-los da faina dos comandantes.

A notícia de que o Ministro da Defesa renunciaria dois dias antes da posse de Lula deixou-me ainda mais intrigado. Onde se viu abandonar postos de direção em momentos cruciais? Não há discurso ético que resista a essa febre de renúncia de cargos.

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Parece que os fujões planejam uma acefalia no castro. Fileiras sem comando viram hordas. Se contaminadas pelo debate político, ensandecem. Esse é o plano, comandantes?

 

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