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Jeferson Miola

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General Ramos confessa atuação na campanha de Bolsonaro em 2018, mas se recusa a esclarecer função

"A declaração do general Ramos é mais um dentre inúmeros fatos concretos que comprovam a interferência indevida dos comandantes militares, em especial os do Exército, na política nacional. Está fartamente documentado que militares da ativa e da reserva conspiram contra o poder e as instituições civis e atuam de modo oculto na política como uma facção partidária de extrema-direita"

Bolsonaro e o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira (Foto: Marcos Corrêa - PR)
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Na mesma audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados [18/8] em que disse que “isso daí [a ditadura] é uma questão semântica”, o ministro-general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência, também declarou: “Quando eu estava em 2018 em São Paulo, ligado na campanha do Presidente”.

A declaração do general Ramos pode ser vista a partir do momento 1h42min do vídeo da referida audiência na Câmara [aqui].

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Surpreende que os deputados presentes à audiência não o tenham interpelado a respeito do que parece ser uma grave confissão.

No ano de 2018, quando estava “ligado na campanha do Presidente”, o general Ramos, então um general de 4 estrelas do serviço ativo do Exército brasileiro, também se desempenhava como Comandante Militar do Sudeste. Ao mesmo tempo chefe de tropas armadas e líder partidário.

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Na época ele acumulava, também, participação no Alto Comando do Exército – o colegiado militar que em abril daquele ano participou da escrita e endossou o twitter publicado pelo general Villas Bôas para intimidar o STF [aqui].

A declaração do general Ramos é mais um dentre inúmeros fatos concretos que comprovam a interferência indevida dos comandantes militares, em especial os do Exército, na política nacional.

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Está fartamente documentado que militares da ativa e da reserva conspiram contra o poder e as instituições civis e atuam de modo oculto na política como uma facção partidária de extrema-direita [aqui].

A campanha presidencial do Bolsonaro, por exemplo, foi lançada com enorme antecedência, em 29 de novembro de 2014, no pátio da AMAN, como já se sabia e o próprio fez questão de reconhecer recentemente em solenidade de formatura de cadetes [aqui].

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Os generais Villas Bôas e Sérgio Etchegoyen – que traíram a presidente Dilma, que os havia nomeado respectivamente para o Comando e para a Chefia do Estado-Maior do Exército – reuniam secretamente com Temer para tramar o golpe para derrubá-la [aqui].

A cada dia surgem novas revelações, confissões e atos-falhos, com riqueza de detalhes, sobre a presença dominante dos militares no jogo de poder como atores políticos centrais.

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Perguntado a respeito do cargo, das funções desempenhadas e dos fundamentos legais para atuar na campanha do Bolsonaro em 2018, o ministro-general Ramos respondeu, por meio da assessoria de comunicação da Secretaria-Geral, “não ter nada a dizer a respeito”.

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