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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Getúlio e Roosevelt derrotariam Bolsonaro-Guedes

A tese ultraneoliberal de Paulo Guedes/Bolsonaro visa dois objetivos: fazer superávit primário(receita menos despesas, exclusive pagamento de juros) para desestatizar a economia e privatizar tudo, e entregar a Previdência para os bancos, por meio do regime de capitalização

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A teoria econômica capitalista está mudando; quem está encabeçando a mudança é o partido democrata americano; estão retomando a política de Roosevelt, o new deal, expansão dos gastos públicos, para puxar a locomotiva do capitalismo; nesse momento, é fundamental perguntar: quem fez a cabeça de Roosevelt, segundo o próprio Roosevelt? Getúlio Vargas; em 1933, o presidente americano adotou as medidas que, Gegê, em 1930, passou a praticar, no comando da revolução tenentista, que derrubou a República Velha e lançou as bases do Brasil moderno industrial; o new deal roosevelteano, assim como o getulismo, apostaram nas políticas sociais, na valorização dos salários, nos direitos trabalhistas e na expansão da demanda estatal, para tirar o capitalismo da grande crise de 1929; o povo americano elegeu Roosevelt quatro vezes e só não o elegeu, na quinta eleição, porque morreu no exercício do mandato; no Brasil, idem, precisaram derrubar Getúlio, porque a oposição entreguista neoliberal da UDN, não era páreo para ele.

Agora, nos EUA, os democratas voltam a apostar no nacionalista Roosevelt, ou seja, em Getúlio, que, na América do Sul, era aliado, na mesma intenção econômica, de Peron, o líder nacionalista argentino; apostar no social para puxar o econômico – mesma coisa que fizeram Lula e Dilma(2003-2014), eis a nova política defendida pelos democratas para enfrentar o xenófobo Trump, na sucessão presidencial de 2020; por essa razão, a grande discussão, nesse instante, na terra de Tio Sam, foca no oposto das políticas neoliberais, que têm por modelo a teoria de que a inflação decorre do excesso de moeda na circulação capitalista, a estimular consumo; por essa razão, os bancos centrais, dominados pelos banqueiros, adotaram juro alto para combater a demanda; essa cartilha teórica neoliberal, que o ultraneoliberal Paulo Guedes, também, abraça, mudou na bancarrota de 2008, gerada pela superespeculação com dos derivativos de dólar; que fizeram os bancos centrais dos ricos? Em vez de aplicarem a teoria de enxugar dinheiro, com faz o BC brasileiro, dominado pela banca, fizeram o contrário: expandiram, ainda mais, a oferta monetária; resultado: em vez de subir, a inflação caiu, e a taxa de juros foi a zero ou ficou negativa.

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Nova teoria para barrar socialismo
As grandes dívidas governamentais, com mais dinheiro em circulação, mas sem juro para afetá-las, começaram a diminuir relativamente; em 2017, a dívida americana tinha aumentado em 17 trilhões de dólares; no ano passado, somente 3, 4 trilhões de dólares; assim, o capitalismo, tocado por dívida pública, pode respirar; abriu-se o sistema para novo entendimento; trata-se de segurar juros, porque o capitalismo não suporta mais juro positivo; assim, o sistema continua se sustentando na dívida pública, mas sem a ameaça de explodir-se pela ação de juros elevados especulativos, razão maior dos desajustes fiscais; a taxa, fixada pelos BCs, mantém-se, agora, na casa dos zero ou negativa, para evitar novos crahs, que desestabilizariam o capitalismo; evita-se, consequentemente, o que o capital mais teme, ou seja, expansão do socialismo; o novo princípio, ditado pela nova onda democrática americana é a de que a taxa de juros deve ser fixada abaixo do crescimento da economia, para evitar o estouro capitalista e a expansão socialista-comunista; o capitalismo, com juro zero ou negativo, para evitar estouro do endividamento público, continuaria, portanto, viável eleitoralmente no ambiente democrático; a prática neoliberal esgotou a capacidade de suportar a democracia; afinal, ela deixou de ter utilidade social ao se basear em taxa de juro bem superior ao crescimento do PIB; essa manobra neoliberal produz absurda concentração de renda no sistema financeiro e sufoca, totalmente, a energia empreendedora de bens e serviços, dependentes dos gastos sociais, que geram renda disponível para o consumo; a produção não remunera mais o capital sobreacumulado, que se descola para a bolsa, desestruturando produção, consumo, arrecadação e investimentos; portanto, deixou de dar votos; perdeu utilidade, no ambiente do capital, no qual a ideologia utilitarista determina os acontecimentos; que diga o neoliberal Temer, cabeça do golpe contra Dilma, em 2016, apoiado por Washington; ele enfrentou a eleição, com dois candidatos cujos partidos o apoiaram, PSDB e PMDB; dançou, pois sua política econômica se mostrou eleitoralmente suicida.

Juro zero para salvar capital
O debate na nova política monetária, cuja base se sustenta na fixação, pelo BC, de juro abaixo do crescimento da economia, para evitar recessão, desemprego etc, chega ao Brasil, onde vigora, desde o Plano Real, em 1994, as mais altas taxas de juros do mundo, que consomem as energias vitais da economia; os tucanos são os pais do desajuste fiscal; no poder, os petistas não mudaram a situação, que deteriora contas públicas; do total do Orçamento Geral da União(OGU), estimado em R$ 3,2 trilhões, para 2019, 45% são destinados ao pagamento de juros; não sobra, praticamente, nada para os setores sociais, como Previdência, educação, saúde, infraestrutura, saneamento básicos etc, cujos gastos estão congelados pelos neoliberais por vinte anos; puro economicídio, apoiado pela grande mídia, dominada pelo capital financeiro especulativo; há 35 anos(1994-2109), a teoria neoliberal segue destruindo economia nacional; o poder midiático, braço dos rentistas, cuida de alienar a sociedade; culpa não os juros como maiores produtores do desajuste fiscal, sem contrapartida desenvolvimentista, mas a previdência social; por isso, apoia a tese ultraneoliberal de Paulo Guedes/Bolsonaro; esta visa dois objetivos: fazer superávit primário(receita menos despesas, exclusive pagamento de juros) para desestatizar a economia e privatizar tudo, e entregar a Previdência para os bancos, por meio do regime de capitalização.

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Ataque a Era Vargas
Ou seja, querem destruir o que Getúlio, influenciador de Roosevelt, criou e a Constituição de 1988 reiterou: o sistema de repartição solidária, baseado no esforço tripartite – governo, trabalho e capital – para formação do fundo de seguridade social, capaz de bancar assistência social, saúde e previdência; Getúlio, com o nacionalismo, que, hoje, prega, novamente, os democratas americanos, repetindo Roosevelt, criou o monopólio social estatal; protegeu os trabalhadores, fortalecendo seu poder de compra, necessário à industrialização nacional, que os banqueiros querem destruir para instaurar o seu oposto: o monopólio bancário da capitalização; com essa estratégia ultraneoliberal, comandada por Bolsonaro/Paulo Guedes, na contramão do mundo desenvolvido, o resultado, indiscutivelmente, será destruição do maior patrimônio do povo, modelo social democrata de distribuição de renda; com Guedes, tocando esse projeto antipopular, o país caminha, certamente, para a ditadura; afinal, o modelo de capitalização, orientado pelos neoliberais de Chicago, que fazem a cabeça de Guedes, só foi possível na ditadura Pinochet; a pinochetização econômica pauloguedeseana é a receita para o colapso da democracia brasileira; os militares, que estão ao lado de Bolsonaro, entrarão no economicío eleitoralmente inviável?

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