Globo ataca PT por defender soberania da Nicarágua
Os recentes ataques do PIG contra Lula e o PT (e soma-se a isso a tentativa de ligar toda a esquerda latino-americana num esquema internacional de narcotráfico) são um prenúncio do que será realizado até as eleições de 2022
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Por Juca Simonard
As recentes movimentações do imperialismo, e de seus porta-vozes nacionais, como O Globo e o restante do Partido da Imprensa Golpista (PIG), mostram que a eleição do ex-presidente Lula (PT) em 2022 não será fácil. Será preciso muita luta, com a mobilização do povo e das organizações populares nas ruas.
Recentemente, o PT se somou ao restante da esquerda nacionalista latino-americana, como os governos de Cuba, Venezuela e Bolívia, e comemorou a reeleição de Daniel Ortega na Nicarágua. Em nota, o partido descreveu o pleito como “uma grande manifestação popular e democrática” e denunciou a tentativa do imperialismo norte-americano de interferir no processo eleitoral:
“Esta vitória será conquistada apesar das diversas tentativas de desestabilização do governo e do bloqueio internacional contra a Nicarágua e seu atual governo, uma situação que penaliza principalmente os mais pobres e necessitados”.
“Esperamos seguir com a FSLN neste caminho de construção de uma América Latina e Caribe livres e soberanos, uma região de paz e democracia social que possa servir de exemplo para todo o mundo”, diz nota assinada por Romenio Pereira, Secretário de Relações Internacionais do PT, somando-se a linha política defendida pelos governos nacionalista latino-americanos.
Bastou isso para que o PIG atacasse em peso o PT. No jornal O Globo, o colunista Bernardo Mello Franco disse que a “burocracia petista” está apoiando uma “farsa”. Cinicamente, o jornalista d’O Globo, que promoveu o golpe de Estado e levou o fascista Jair Bolsonaro ao poder, destacou que o apoio petista a Ortega ‘promove o bolsonarismo’.
Em outro artigo, O Globo defende que o PT adotasse a política do presidente de “esquerda” do Peru, Pedro Castillo, contra Ortega, e não a dos governos da Bolívia, de Cuba e da Venezuela. Isto é, que adotasse a política da esquerda capacho do imperialismo, como Castillo - que se encaminha para ser o Lenín Moreno peruano, um traidor golpista -, e não da esquerda nacionalista que se enfrenta com os interesses do imperialismo, como são os três governos acima mencionados.
A Folha de S.Paulo, outro jornal que promoveu o golpe e colocou Bolsonaro no poder, também decidiu atacar o PT, chamando Ortega de “ditador” - assim como chama de “ditador” o também eleito presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O PIG, desta forma, mostra mais uma vez seu papel de porta-voz do imperialismo no Brasil. Assumiu a linha política dos Estados Unidos, que decidiram não reconhecer as eleições nicaraguenses, como se tivessem autoridade para interferir nos assuntos políticos de um outro país, tratando-o como colônia.
O secretário de Estado norte-americano (isto é, o responsável de levar adiante os interesses imperialistas), Antony Blinken, disse que, contra o regime de Ortega, Washington deverá usar sanções, restrições de vistos e ações coordenadas com seus aliados contra aqueles que apóiam os “atos antidemocráticos" das autoridades nicaraguenses. É o mesmo método usado para tentar isolar a Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, Irã, enfim, contra qualquer país que não siga à risca a atual cartilha neoliberal e fascista do imperialismo norte-americano.
O imperialismo, nos últimos anos, tem promovido atos golpistas extremamente violentos para desestabilizar o governo de Ortega, um dos governos nacionalistas mais radicais do continente. Na Nicarágua, assim como em vários outros países, o governo sofre com sanções dos EUA e os protestos patrocinados por organizações de fachada da CIA (como NED e USAID), em 2019, deixaram centenas de mortes.
É isto que explica o fechamento do regime nicaraguense contra os opositores: a defesa da soberania nacional contra a desestabilização do governo, promovida de fora para dentro, por uma força estrangeira. O governo da Nicarágua, desta forma, realiza o que o governo Dilma Rousseff deveria ter feito contra os golpistas brasileiros, também patrocinados pelos EUA. Deveria ter fechado o regime contra Sergio Moro, Deltan Dallagnol, o Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio Neves e outros traidores da nação.
De qualquer forma, os recentes ataques do PIG contra Lula e o PT (e soma-se a isso a tentativa de ligar toda a esquerda latino-americana num esquema internacional de narcotráfico) são um prenúncio do que será realizado até as eleições de 2022. Basta olhar para o que ocorre no restante da América Latina. O novo presidente dos EUA, Joe Biden, tão comemorado pela “esquerda” brasileira, procura ser o maior carrasco contra os latino-americanos dos últimos anos. Para este 15 de novembro, por exemplo, a CIA prepara novo ato golpista contra o governo cubano. A ofensiva contra a esquerda latino-americana deve aumentar.
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