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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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Golpe à vista

Para Eric Nepomuceno, do Jornalistas pela Democracia, "a sequência de movimentos é óbvia". "Jair Messias já foi longe demais, e esse caminho não tem volta. Seja do jeito que for, há um golpe à vista de todos, a começar por ele. E ninguém parece disposto a impedir que aconteça"

(Foto: Alan Santos/PR)
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Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia - A sequência de movimentos é óbvia. Primeiro, queimam um arquivo perigosíssimo para o clã familiar e adjacências, o miliciano Adriano da Nóbrega. Em seguida Jair Messias, em suas próprias palavras, “militariza” o Palácio do Planalto. 

Vem a vez, então, do general Augusto Heleno, do alto de sua estatura moral, mandar um “foda-se” para o Congresso e pedir a Jair Messias que chame o povo para as ruas. 

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De imediato começam a circular, nas redes sociais, mensagens clamando pelo fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e, aqui e acolá, sugestões de intervenção militar.

Explode então o motim dos policiais militares do Ceará, e tanto Jair Messias como a figura mais perigosa deste governo tresloucado, Sergio Moro, variam entre fazer cara de paisagem e apadrinhar os amotinados.

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E chega a hora, depois de ter dito e desdito sobre a manifestação da ultradireita convocada para o domingo dia 15, Jair Messias, de novo ao lado de Augusto Heleno, resolver diretamente aderir ao movimento.

Ao longo de tudo isso, e à exceção desse gigante da decência chamado Augusto Heleno, nem um único dos militares, empijamados ou não, que se aboletaram no governo, dá um pio. 

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Jair Messias não tem como dizer que desconhece o conteúdo das mensagens que circulam nas redes sociais. Ou seja, se aliou diretamente e com total consciência a quem pede o fechamento do Congresso e a prisão de Rodrigo Maia, além de exigir a suspensão da corte suprema e que seja dado a meia dúzia de seus integrantes o devido e merecido fim.

Como se não bastassem todos os antecedentes, uma vez mais ele fornece de graça razões concretas para que se abra um processo de destituição no Congresso. E, de novo, Jair Messias mostra que está disposto a ir muito além dos limites mínimos de manutenção do regime democrático.

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E, vale repetir, dos quartéis e dos despachos onde estão engastalhados os militares no governo, não se ouve mais que silêncio.

Cumplicidade, omissão ou uma terceira vertente? Estarão, também eles, à espera de ver até que ponto Jair Messias é capaz de chegar?

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Não há indícios de que estejam todos no papel de cúmplices de Jair Messias no que seria um autogolpe. Tampouco se entende tamanha omissão. 

Por isso, a esta altura convém concentrar atenções na tal terceira vertente: tanto empijamados como da ativa, os fardados vão deixar Jair Messias continuar avançando até chegar o momento em que eles achem que a situação está a ponto de sair do controle.

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E aí assumem esse controle, decidindo que destino dar a Jair Messias: ele tanto pode ser expelido como ser “renunciado”.

Diante disso, existe apenas uma certeza: Jair Messias já foi longe demais, e esse caminho não tem volta. 

Seja do jeito que for, há um golpe à vista de todos, a começar por ele. E ninguém parece disposto a impedir que aconteça. 

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