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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

205 artigos

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Governadores de coração duro

É preciso ter um coração duro dentro do peito para se manter insensível frente ao genocídio que lá está se produzindo

Caiado, Netanyahu eTarcísio (Foto: Reprodução )
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Como se revela uma pessoa? No ambiente social, seres humanos se valem de artimanhas para ocultar o que verdadeiramente são, se sentem que devem se esconder. Às vezes se trata de uma grande mentira, um pecado praticado ao longo da existência, um deslize, coisas do gênero. Nesses casos, com frequência, os indivíduos preferem guardar o que têm, em vez de se expor aos olhos do resto da humanidade, desfigurando imagens que lograram construir em torno da sua biografia. A política vive semelhantes situações continuadamente. Pega pelo pé gente que pretende se apresentar de uma forma e, no fundo, guarda esqueletos no armário. É um desafio, nas democracias, por causa disso, saber escolher. Como as figuras enganam, a imprensa, escrita ou televisada, caça às cegas o que expor e como definir suas notícias.

No entanto, a vida, aqui e ali, abre as cortinas da verdade.  A ida dos governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Ronaldo Caiado, de Goiás, a Israel, em plena matança dos palestinos, oferece alertas sobre o que pretendem e aquilo que, com efeito, são. No caso do primeiro, já optara pelo esmagamento indiscriminada de seres humanos no que oferece ao público como “política de segurança”. 

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Um dirigente que assassina impiedosamente não pode ser boa coisa. Sabemos que os fins não justificam os meios, ainda mais em termos de pacificação pública. Além disso, Israel, no momento, não serve como cenário para turistas curiosos. É um país opressor, um duro colonizador que se vale do apartheid para prevalecer sobre seus colonizados e se encosta no apoio norte-americano para ultrapassar todas as medidas do bom senso. No momento, nenhuma lei internacional prevalece e se conserva frente ao império da fome, controlado pela soldadesca israelense ávida por sangue na região de Gaza.  Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado devem ter imaginado que tirariam lucros de tal empreitada. Falariam com um e com outro, posariam para fotos com Netanyahu, passeariam por Jerusalém e se esqueceriam por um rápido segundo das tensões brasileiras, retornando depois pimpões, satisfeitos e realizados. 

Gaza e os palestinos representariam não mais do que um fantasma tenebroso, “culpa do Hamas”, para não se pensar mais no assunto. Não levaram em conta que o mundo todo, de Norte a Sul, excetuando pequenos bolsões de estupidez humana, sofre e se solidariza com as dificuldades das vítimas, homens, mulheres e crianças que caem a cada dia, bombardeadas e colhidas pela falta de alimentação.

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 É preciso ter um coração duro dentro do peito para se manter insensível frente ao genocídio que lá está se produzindo.  Mesmo nos Estados Unidos, na administração Biden, há quem não permaneça distante e inflexível como pedra, com a responsabilidade de apoio a Israel. Matar e matar e matar nunca é uma boa estratégia. Mais cedo ou mais tarde, os mortos ressurgem para obcecar os vivos. Tirar proveito disso soa como a fórmula mais flagrante do oportunismo político. Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado não serão poupados.

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