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Leo de Brito

Deputado federal pelo PT/AC

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Governo federal rasga dinheiro com publicidade leviana

Depois de muitas críticas nas redes sociais e muita controvérsia na imprensa, o governo prometeu retirar a campanha "Gente boa também mata" de circulação. O que Michel Temer não explica é como vai repor aos cofres públicos todo o dinheiro do contribuinte gasto com a produção e a veiculação da propaganda impensada

Michel Temer e cartaz da campanha do Ministério dos Transportes "gente boa também mata" (Foto: Leo de Brito)
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Mal começou o ano e as lambanças do governo golpista de Michel Temer na área de comunicação já são escândalos nacionais. Primeiro, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil resolveu deflagrar uma pródiga campanha contra condutas perigosas ao volante.Se a intenção foi louvável, a execução das peças publicitárias – outdoors e anúncios televisivos, a cargo da agência nova/sb Comunicação – só provocou indignação e revolta.

Com o mote "Gente boa também mata", o governo federal desfolha na campanha situações em que pessoas que resgatam animais, plantam árvores ou são estudantes exemplares tornam-se uma ameaça no trânsito por excesso de velocidade, uso do celular, embriaguez e malfeitos do gênero. E os textos são categóricos: "O melhor aluno da sala pode matar", avisa, por exemplo, um dos anúncios, tendo ao lado a foto de um jovem negro.

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Depois de muitas críticas nas redes sociais e muita controvérsia na imprensa, o governo prometeu, na quarta-feira (4), retirar a publicidade de circulação. O que Michel Temer não explica é como vai repor aos cofres públicos todo o dinheiro do contribuinte gasto com a produção e a veiculação da propaganda impensada.

Como se não bastasse, outros grave erro de comunicação do governo Temer veio à tona nesta quinta-feira (5). A reportagem de um site conferiu o material e encontrou distorções nos dados econômicos apresentados pela gestão peemedebista em anúncio publicado nos jornais de 29 de dezembro. O que deveria ser uma prestação de contas dos 120 dias de governo contados a partir da posse efetiva de Temer, em 31 de agosto, mostrou ser um apanhado de exageros e inverdades.

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Para se vangloriar de "quatro meses de trabalho intenso", o governo federal elenca 40 itens que, para ele, seriam "algumas de muitas medidas que já se tornaram realidade". Na embolada vão 'proezas' como a diminuição do Risco Brasil (que na verdade cresceu 14 pontos), a queda da cotação do dólar (na realidade, o dólar subiu) e uma mal explicada "moralização das nomeações nas estatais". Michel Temer ainda faz conta errada e dispara para o alto, no mesmo anúncio, as ações das empresas estatais, o saldo da balança comercial e as funções e cargos comissionados que teriam sido efetivamente extintos.

Como presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal, aguardo esclarecimentos do Executivo sobre a idoneidade de suas divulgações e sugiro a criação de uma comissão de notáveis para acompanhamento e aprovação de suas peças publicitárias. Afinal o governo, que não produz sua própria publicidade, demonstra não ter competência para aprovar o trabalho que encomenda a agências vencedoras de certames licitatórios. Uma comissão independente que se incumbisse deste acompanhamento faria com que menos dinheiro público fosse tão inutilmente rasgado.

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