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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Governo tem dois desafios no jogo com o Congresso

"Os ecos de domingo ainda estão no ar, o PSDB sobe o tom, mas o governo se concentra é na consolidação da melhora do ambiente político conseguida na semana passada. Para isso, terá que vencer, no jogo com o Congresso que recomeça hoje, dois obstáculos que estão em pauta: aprovar no Senado o último projeto do ajuste fiscal, o da reoneração das empresas, e evitar que a Câmara aprove, tal como está proposto, o projeto que aumenta a correção dos recursos do FGTS", escreve Tereza Cruvinel, colunista do 247; sobre a primeira proposta, 44 empresários estiveram hoje com Michel Temer para tentar impedir que o Senado aprove o projeto da forma como está; sobre a segunda, que traz um enorme custo fiscal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já avisou que será votada "por bem ou por mal"

"Os ecos de domingo ainda estão no ar, o PSDB sobe o tom, mas o governo se concentra é na consolidação da melhora do ambiente político conseguida na semana passada. Para isso, terá que vencer, no jogo com o Congresso que recomeça hoje, dois obstáculos que estão em pauta: aprovar no Senado o último projeto do ajuste fiscal, o da reoneração das empresas, e evitar que a Câmara aprove, tal como está proposto, o projeto que aumenta a correção dos recursos do FGTS", escreve Tereza Cruvinel, colunista do 247; sobre a primeira proposta, 44 empresários estiveram hoje com Michel Temer para tentar impedir que o Senado aprove o projeto da forma como está; sobre a segunda, que traz um enorme custo fiscal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já avisou que será votada "por bem ou por mal" (Foto: Tereza Cruvinel)
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Os ecos de domingo ainda estão no ar, o PSDB sobe o tom, mas o governo se concentra é na consolidação da melhora do ambiente político conseguida na semana passada. Para isso, terá que vencer, no jogo com o Congresso que recomeça hoje, dois obstáculos que estão em pauta: aprovar no Senado o último projeto do ajuste fiscal, o da reoneração das empresas, e evitar que a Câmara aprove, tal como está proposto, o projeto que aumenta a correção dos recursos do FGTS. Além de seu enorme custo fiscal, o projeto teria impacto sobre as prestações dos mutuários do Minha Casa Minha Vida e afetaria o setor de construção civil, grande gerador de empregos.

Um pacto com os empresários

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Liderados pelo presidente da FIESP, Paulo Skaf, um grupo expressivo de empresários desembarcou pela manhã no Palácio do Jaburu, residência do vice-presidente Michel Temer. Eles querem impedir que o Senado aprove, tal como foi votado pela Câmara, o projeto que reduz a desoneração das empresas com a folha de pagamento. Pela proposta original do governo, os setores que hoje pagam 1% de contribuição previdenciária sobre a folha salarial passarão a pagar 2,5% (caso dos varejistas, fabricantes de brinquedos e outros setores). Já os que hoje pagam 2%, como empresas de TI, passarão a pagar 4,5%. A Câmara, entretanto, preferiu beneficiar apenas alguns poucos setores, como transportes, comunicações e call centers, ao invés de reduzir e distribuir o sacrifício.

Os empresários querem uma redução do sacrifício com uma distribuição linear da reoneração por todos os 54 setores antes beneficiados com a desoneração, no primeiro governo Dilma. Mas se o Senado fizer esta mudança, o projeto terá que voltar à Câmara, onde a proposta dos empresários só vingará se for precedida de um acordo com Eduardo Cunha. 

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Para o governo, a mudança proposta não fará grande diferença fiscal e ainda pode sedimentar a boa vontade dos empresários, entre os quais muitos expoentes vêm defendendo o “pacto pela governabilidade”, que alguns chamam de acordão, e que na prática significa o fim da agenda do impeachment, apesar dos protestos de domingo e da algaravia tucana.

Michel os aconselhou a buscar um acordo no Senado com o relator Munício e os líderes aliados, e a seguir tentar obter garantias de Cunha de que, em seu retorno, o texto será mantido pela Câmara. 

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Esta é a incógnita: Cunha faria um acordo destes, num momento em que já anda irritado com Renan Calheiros por conta da Agenda Brasil? Munício adverte: “Se isso não for bem negociado com a Câmara, com certeza absoluta a Casa vai repetir o texto que já aprovou”.

FGTS, a verdadeira pauta bomba

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O outro abacaxi que Temer e os líderes governistas tentam descascar é bem mais espinhoso. Trata-se do projeto que aumenta a correção dos recursos do FGTS e que Eduardo Cunha já disse que será votado “por bem ou por mal”. Isso deve significar, com ou sem acordo. O governo corre em busca de um acordo. Temer reuniu-se também pela manhã com líderes governistas, com o ministro Levy e com o relator, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que por sinal tem ótima relação com o vice-presidente.

Se for aprovado como está proposto, o projeto será danoso para o ajuste fiscal e ainda afetará gravemente o programa Minha Casa Minha Vida, com aumento das prestações dos mutuários. Afetará também a construção civil que atua neste segmento e faz uso dos recursos do FGTS. O setor é um grande gerador de empregos. Rodrigo disse ao vice que a disposição dos deputados é para aceitar uma diluição da correção em no máximo três anos. O governo quer um aumento escalonado ao longo dos  próximos oito anos. A correção diluída evitaria os efeitos fiscais e recessivos durante a fase de ajuste e de recessão.

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A negociação está em pleno curso neste momento.

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