Greve geral, arma democrática do trabalhador
A greve geral se apoia, portanto, em fatores objetivos, para reverter a visão neoliberal suicida, que tomou conta do País graças à ilegitimidade do Governo Temer, dissociado dos verdadeiros interesses populares, sendo um perigo para a soberania nacional
Nova greve geral está marcada para esta sexta feira. Nada mais democrático e necessário.
Trata-se da arma da cidadania pacífica e transformadora dos trabalhadores na defesa dos seus direitos sob ataque do governo ilegítimo.
As contra-reformas da previdência e a trabalhista representam ameaças à segurança nacional porque constituem-se em empecilhos ao desenvolvimento econômico sustentável.
Estas foram elaboradas pelos seus defensores, sob argumentos completamente equivocados, nos porões da burocracia e aliadas aos interessados em violar a Constituição, que assegura direitos e conquistas sociais.
Defendem economia pretensamente mais forte, mas se esquecem que sequestrar direitos e conquistas resulta em empobrecimento dos trabalhadores, em destruição da sua condição de consumidores. .
Quem vai ficar prejudicado ao final serão todos os agentes econômicos, empresários e trabalhadores.
Num primeiro momento, os agentes econômicos acham que terão mais lucro porque seus custos de produção diminuirão.
Num segundo momento, porém, amargarão prejuízos porque estão matando consumidores. Sem estes, como se sabe, não existe desenvolvimento sustentável.
A reforma trabalhista, ao rasgar a Constituição para permitir o negociado no lugar do legislado e precarizar contratações terceirizadas, encolhe, em vez de ampliar o mercado de consumo. Isto representa para o País, como um todo, diminuição da arrecadação, sem a qual os investimentos não se realizam.
Do mesmo modo, reforma da previdência é um engodo econômico, em primeiro lugar, ao esticar a permanência dos trabalhadores nos postos de trabalho, algo que impede a chegada dos mais jovens ao mercado.
Quando um trabalhador se aposenta ele continua sendo consumidor e, ao mesmo tempo, abre vaga para os mais jovens trabalhar. Ou seja, novos consumidores entram no sistema para fortalecê-lo.
É dessa forma que se gera recursos para tocar a infraestrutura nacional, capaz de atrair mais investidores nacionais e internacionais.
Como está pensada – mal pensada – a reforma da previdência, ao contrário do que os neoliberais julgam estar combatendo, não implicará na redução de déficit. Aumentará, sim, o déficit, a ser afetado pela diminuição do consumo nacional quando barra a entrada de novos consumidores nos sistemas.
Trata-se de reforma burra, antidesenvolvimentista.
Outro argumento completamente equivocado é o de que sem as reformas trabalhista e previdenciária, estará comprometida a produtividade nacional.
Mentira!
O moderno conceito de desenvolvimento com ampliação da produção se assenta, sobretudo, na redução da jornada de trabalho e na aposentadoria mais rápida do trabalhador. Por quê?
Os empresários, diante de redução da jornada, serão obrigados a investir mais em tecnologia, que realmente é o fator que eleva a produtividade.
Se as jornadas forem ampliadas, como está prevista na reforma trabalhista do governo ilegítimo Temer, o empresário perde motivo para modernizar sua empresa. Consequentemente, a produtividade diminuirá.
Com menos capacidade de produzir será superado pela concorrência.
Jornada de trabalho mais curta é fator que eleva a capacidade produtiva, pela opção mais acelerada em inversão de capital em tecnologia e ciência a serviço da produção.
Por aí, como mostram os países capitalistas desenvolvidos, é possível aumentar competitividade e ampliação dos lucros graças a maior conquista de mercado.
Redução de jornada, de um lado, e tempo maior de lazer, de outro, aumentam o mercado consumidor.
Torna-se possível estruturar de forma planejada, racional, o desenvolvimento socialmente equilibrado com mais justiça social.
Não se pode esquecer também, que, no ritmo do avanço científico e tecnológico a serviço do aumento da produção e da produtividade, o desemprego estrutural torna-se tendência irreversível.
Por isso, o governo, conduzindo os empresários para o caminho da produção e da produtividade, embalada por mais tecnologia, financiada por bancos públicos, a juros mais baratos, estará garantindo investimentos em mais educação e qualificação profissional.
Disporá, assim, de mais recursos para inversão em programas sociais, como fizeram os governos Lula e Dilma, tendo eles como fatores de desenvolvimento e não, como pensam os neoliberais, como promotores de déficits públicos.
O governo, nesse novo contexto, tem que dar aos mais pobres socialmente excluídos, para transformá-los em consumidores.
Materializa-se formação de renda para ampliação de mercado interno, indispensável à indústria, à agricultura, ao comércio e serviços que pagam impostos ao governo para sustentar o sistema produtivo, organizado e racionalizado.
Eis porque o DIREITO DE CONSUMO para os socialmente excluídos é fundamental.
Transformá-lo em PROGRAMA DE ESTADO é garantir desenvolvimento social justo.
Não se trata de gerar déficit, mas ao contrário, ampliar investimento público. Afinal, cada R$ 1 real que o Estado coloca em circulação, significa que ele recolherá R$ 0,40 de imposto a serem investidos na infraestrutura nacional.
A greve geral se apoia, portanto, em fatores objetivos, para reverter a visão neoliberal suicida, que tomou conta do País graças à ilegitimidade do Governo Temer, dissociado dos verdadeiros interesses populares, sendo um perigo para a soberania nacional.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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