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Wadih Damous

Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro

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Grosseria de bem-nascidos

O que houve com Dilma ultrapassou em muito uma vaia. Foi falta de educação e grosseria. A vaia poderia até ser interpretada como manifestação política - mas xingamentos e palavrões não se justificam

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Vaias a políticos não são novidade em estádios no Brasil. E são compreensíveis. Têm a sua razão de ser. A plateia está lá para assistir aos jogos e reage mal se sente que alguém quer pegar carona no evento esportivo. Sente cheiro de oportunismo político, muitas vezes, com razão.

Mas nem um ferrenho adversário poderia dizer que a presidente Dilma Rousseff estava no jogo de abertura da Copa do Mundo para buscar dividendos políticos. Como presidente da República, cumpria um papel institucional, da mesma forma como fizeram governantes de outros países que sediaram a competição.

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Além disso, o que houve com Dilma ultrapassou em muito uma vaia. Foi falta de educação e grosseria. A vaia poderia até ser interpretada como manifestação política - mas xingamentos e palavrões não se justificam.

É interessante que os protagonistas de tal gesto foram pessoas de bom poder aquisitivo, que tiveram condições para pagar ingressos vendidos a um preço proibitivo para a maioria da população. Aliás, é sintomático que não se visse um só negro na plateia. Se faltasse mais alguma demonstração, o episódio demonstra, mais uma vez, que dinheiro não anda necessariamente ao lado de educação e civilidade.

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Felizmente foi generalizado o repúdio à agressão sofrida por Dilma. Não houve quem, na mídia, aprovasse aquela agressão. Mesmo jornalistas de oposição ao governo condenaram a grosseria.

Só uma voz destoou. A do candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves. Certamente o preferido dos que ofenderam a presidente. Num primeiro momento, Aécio justificou o comportamento deselegante. "Dilma está colhendo o que plantou", afirmou, sem explicar muito bem o sentido de suas palavras.

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Posteriormente, ao perceber o repúdio geral à agressão, o candidato do PSDB mudou o discurso e condenou, ainda que com ressalvas, os xingamentos à presidente.

Melhor assim. Antes tarde do que nunca.

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Que o episódio fique como aprendizado.

A luta política, muitas vezes, é exacerbada. Eventualmente chega a perder a civilidade. Mas é preciso cuidado: quando começam ofensas e grosserias, as questões de fundo, os temas substantivos da política – que deveriam estar à frente do debate - se perdem e são esquecidos.

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Insulto e xingamento impedem um mínimo de diálogo, necessário até mesmo entre adversários.

E quem perde é a democracia.

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Quem preza por ela deve ter sempre isso em mente.

Que fique a lição para os mal-educados do Itaquerão e para o candidato da preferência deles.

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