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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Grupo Wagner: Navio Fantasma ou Cavalgada das Valquírias?

Nos últimos tempos, vemos uma enxurrada de manifestações vindas dos países interessados em derrotar a Rússia tentando influenciar na nossa tomada de decisão. Em quem devemos confiar? Já definir que Putin está enfraquecido e apostar todas as fichas que teremos uma derrota do país vermelho ou entender quais rumos o país deve tomar? Afinal são terroristas sanguinários, heróis libertários ou milicianos de Putin? Provavelmente aqueles que têm posicionamento político definido, tomam partido imediatamente, mas devemos pontuar melhor para tentar especular com mais segurança. 

O grupo Wagner, mercenários paramilitares, é criado em 2014, no momento em que a Rússia anexa a Criméia, uma região que era da Ucrânia. Foi criada por Dimity Utkin, coronel das Forças Especiais das Rússia, e apaixonado por Hitler que também admirava o compositor antissemita Richard Wagner. Uns parênteses é relembrar o famoso vídeo do ex-secretário de cultura de Bolsonaro, Ricardo Alvim, que imitou a apresentação do nazista Goebbels, tendo Wagner ao fundo. Pois bem, Yevgeny Prighozin, um industrial de São Petesburgo, amigo de Putin, é a real conexão entre o Ministério da Defesa e o grupo Wagner. Prighozin é famoso por suas conexões de fábrica de fakenews pelo mundo, levando políticos com Trump e Bolsonaro ao poder. 

Lembrando da publicação de 2018, COMO AS DEMOCRACIAS MORREM, do professor Steven Levitsky, estudioso sobre sistemas políticos da América Latina com Daniel Ziblatt, especialista de sistemas políticos do leste europeu. Esses dois conjuntos de sistemas democráticos que estão vivendo essa dura realidade de pressão de crise institucional, identificam a partir das eleições passadas, a ascensão de figuras como líderes que querem corroer a democracia como nos Estados Unidos e Brasil.

O grupo Wagner é tal qual vários filmes de Hollywood sobre mercenários, que entram em guerras civis pelo mundo em troca de dinheiro, como Líbia, Sudão, Síria e Ucrânia. É perfeito para atuar, sem que culpem o país interessado na guerra, seja qual for o país. A relação não oficial com diversos países é clara, em troca de recursos naturais dos países atacados. Eles fazem o trabalho sujo. Nos últimos meses, na guerra da Ucrânia, diversos atritos foram acontecendo até que o Ministério da Defesa russo ordenou que todas as forças na Ucrânia ficassem subordinadas ao Ministério da Defesa russo, incluindo os chechenos, e o Wagner.  Apenas a Chechênia aceitou. O Grupo Wagner não.

Questões a serem pontuadas. Toda indignação partida dos Estados Unidos e colocando toda comunicação internacional para esse tema acontece quando o Pentágono apresenta um erro contábil de US$ 6,2 bilhões. Uma cortina de fumaça para que esse rombo não seja identificado e comentado. 

O Grupo Wagner atua para quem pagar mais. Eles trabalham com ex militares  Russos e detentos que querem o perdão presidencial. Mas são essencialmente mercenários e estão nesse momento aceitando pagamento do ocidente para esse motim, para enfraquecer Putin. E por esse motivo, a Casa Branca teve que soltar um comunicado dizendo que não tinha nada a ver com a operação, ou seja, podem ter.

Com a recente rebelião e ataque do Grupo Wagner ao avião que matou Tenente Coronel Artem Milovanov, Majors Gennady Belyakin, Alexander Sviridov. Os Capitães Viktor Popov Artem Sharoglazov, Igor Volochilov. Os Tenente Nikita Golubev, Sargentos Alexey Skrykov, Viktor Podrepny e o Sr. Praporshchik Sergey Starushok; e é possível que esteja tendo um pequeno levante a Rússia.

Devemos ter as nossas convicções para melhor poder despreza-las depois.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.