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Paulo Moreira Leite

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Guedes persiste no mal: capitalização

"Editorial do Estadão mostra que disputa pela CPMF esconde esforço de Paulo Guedes para acabar com a contribuição patronal da Previdência, medida que inviabiliza o sistema público e abre caminho para a capitalização", escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia

O ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
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Por Paulo Moreira Leite, para o Jornalistas pela Democracia - Os brasileiros e brasileiras que começam a fazer contas para tentar adaptar-se às novas regras da Previdência precisam tomar consciência de que a batalha não terminou e a mais grave das ameaças já voltou ao horizonte. 

Editorial do Estado de S. Paulo ( 19/09/2019) revela que o ministro da Economia Paulo Guedes opera nos bastidores de Brasília para eliminar a principal fonte de recursos para a preservação  de nosso sistema público de aposentadorias -- a contribuição patronal, até agora mantida na reforma aprovada na Câmara, em fase final de votação no senado. 

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Referindo-se ao veto de Jair Bolonaro à recriação da CPMF, que levou até à demissão do Secretário Receita Marcos Cintra, o jornal esclarece qual é o debate de fundo : "sem poder ressuscitar a CPMF, a equipe econômica procura uma fórmula para livrar as empresas da contribuição previdenciária sem abrir um buraco nas contas da Previdência". 

Lembrando que, a partir da CPMF, a equipe economica jurava que só pretendia simplificar o sistema de impostos e contribuições em vigor no país, o editorial esclarece a fake news:  "a grande utilidade da nova CPMF seria, mesmo, liberar os empregadores do custo previdenciário". 

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O sentido regressivo da proposta está claro desde que Paulo Guedes tornou-se o Posto Ipiranga de Bolsonaro. 

Numa sociedade com uma tradição milenar de exclusão social e concentração de renda, que acumula um padrão de desigualdade entre as piores do mundo, a contribuição patronal é um raro movimento no sentido contrário.  

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Enquanto o assalariado contribui com 10% de seus vencimentos, a empresa é obrigada a pagar o dobro. Numa estimativa feita no início do ano, a contribuição patronal chega a R$ 178 bilhões -- bolada superior a receita líquida de 90% das empresas brasileiras. 

Num sistema tributário defeituoso, que isenta os muitos ricos, esfola os setores médios que pagam muito e recebem pouco, além de arrancar a pele dos pobres e miseráveis, a partilha de custos da Previdência é um caso à parte, o que explica uma situação de equilíbrio que se mantém há decadas. 

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Na linha de intervenção que permite aos ricos tornar-se cada vez mais ricos e aos pobres, cada vez mais pobres, o  esforço de Paulo Guedes é uma nova tentativa de quebrar o sistema público e abrir caminho ao sistema de capitalização individual, descartado no projeto aprovado na Câmara e em fase final de deliberação no Senado. 

Por razões que nem é preciso recordar aqui, sabemos que a credibilidade de Paulo Guedes -- e do governo Bolsonaro como um todo -- encontra-se em claro viés de baixa, situação que diminui o apoio a iniciativas tão nocivas aos interesses da maioria dos  brasileiros. Numa crítica dura aos fundamentos da postura de Paulo Guedes, o editorial lembra: "livrar empresas do encargo previdenciário é um objetivo muito pobre, até porque a criação de empregos depende infinitamente mais do crescimento economico do que do barateamento das contratações". 

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Em sua insistência na defesa de um sistema de aposentadorias que deu errado ponr onde passou, Paulo Guedes mostra que o debate, aqui, não se encontra no plano das ideias teóricas -- mas nas vantagens imensas asseguradas aos senhores do mercado mundial. Considerando a força desses interesses, não custa recordar que todo cuidado é pouco. 

Alguma dúvida?

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