CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
André Barroso avatar

André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

146 artigos

blog

Guerra na América Latina para chamar de sua

A Guerra por posse de terras esconde o domínio de mais petróleo que os Estados Unidos estão de olho. A batalha será muito desigual

Campanha pelo 'sim' para o referendo de 3 de dezembro sobre Essequibo (Foto: Reuters)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Um dos maiores problemas da humanidade na atualidade é estar inserido no capitalismo. Algo que surgiu como uma grande solução ao escravismo e trouxe acesso à tecnologia e bens comuns, também trouxe fome, desalento e ganância desregrada. Para nossa sorte, tivemos Marx que nos brindou com uma bíblia para entender esse sistema, mas que a classe dominante não quer que você leia. Uma guerra não tem um objetivo simples. Muitas vezes, as desculpas podem ser ditas de forma simples, porém, estão sempre carregadas de motivos mais variados, mas sempre vai estar presente o econômico. Sempre. A Guerra Rússia e Ucrânia: Desculpa – Livrar o país de nazistas, realidade – Manter domínio de dutos de gás, caminho do petróleo, caminho marítimo comercial.  A Guerra Israel e Hamas: Desculpa – Acabar com o Hamas, realidade – tomar as terras e dar para os Estados Unidos extração de petróleo e gás.

Não vai ser diferente com a guerra Venezuela e Guiana. A Guerra por posse de terras esconde o domínio de mais petróleo que os Estados Unidos estão de olho. A batalha será muito desigual. Entre 200 mil Venezuelanos, contra cinco mil Guianeses.  Mas a maior complicação está atrás dos panos com o interesse da ExxonMobil, Inglaterra, Rússia e China. Não vai existir, por parte da direita, a acusação de que “aquele país” comunista está atacando a soberania de um país vizinho, afinal, presidente da Guiana é um muçulmano pertencente ao partido socialista.  As nuances desse novo conflito, que envolvem muitos interesses, não podem ser analisados como torcida de time. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

No passado as petroleiras americanas ficavam com 85% do valor da receita e a Venezuela com 15%. Hugo Chávez entra e inverte a lógica. Com isso, a Venezuela passa a crescer em média 10% ao ano e investe na industrialização e na educação, fazendo zerar o analfabetismo. Hoje, a reserva de petróleo do rio Orinoco é a maior reserva de petróleo do mundo. Por isso, os Estados Unidos estão sempre de olho e fazendo de tudo para por as mãos nessa reserva. Diferente do Brasil, onde derrubaram a Dilma atrás do pré-sal, a esquerda se manteve junta com Maduro e não foi derrubado, no movimento que aconteceu na América Latina de golpes. 

Essequibo será o novo território anexado da Venezuela, que seria 74% do território atual da Guiana. Mas a disputa é histórica. É claro que o petróleo é o foco, com 14,8 bilhões de barris de petróleo que equivale a 75% do nosso petróleo. Em 1777 o Império Espanhol fundou a Capitania Geral da Venezuela, que inclui o Essequibo. Depois de algumas tentaivas de independência, como a de 1797, mas em 1811 a junta governativa, liderada por Cristóbal Mendoza, assinou a Ata da Declaração de Independência da Venezuela. Mas em 1814, o Reino Unido compra a Guiana, com fronteiras indefinidas. Foi definido pela Inglaterra que as fronteiras, de modo aleatório, eram muito maiores. Então, já em 1841, começaram as disputas pelas verdadeiras posses de Essequibo. Apesar dos pedidos internacionais feitos pela Venezuela em tribunais, nada foi aceito. Os americanos intervêm em 1895, dando causa a Inglaterra dizendo que o aumento foi feito de forma misteriosa, mas a sentença arbitral de Paris deu causa ao Reino Unido. Entre 1946 e 1966 a disputa continua reivindicando. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Com Maduro tendo apoio de sua população, vendo que houve melhorias estruturais de seu povo, mas que com as sanções econômicas impostas pelos americanos à Venezuela, começou por outro lado o processo de precarização de produtos tornou o país mais pobre, porém, assim como Cuba, se tornou um país com boa medicina; ótima educação e recursos populares à disposição do país. O quadro nesse momento é de preocupação com o crescimento do fascismo novamente, levando a uma vitória apertada na última  eleição. Logo, se torna necessário para Maduro uma jogada política de grande valor, que é apoiado pela esquerda e direita do país. 

Não apoio nunca uma guerra, principalmente agora perto das nossas fronteiras. Mas isso pode decidir definitivamente como será a América Latina daqui a dez anos. 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO