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Leonardo Giordano

Vereador em quinto mandato, presidente da Comissão de Cultura na Câmara e ex-secretário das Culturas do município de Niterói

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Guerrilha do Araguaia foi exemplo de coragem e dedicação à causa democrática

Este movimento era entendido como ação necessária diante da brutalidade e subordinação da ditadura diante dos interesses americanos

(Foto: Reprodução)
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Há 50 anos, um grupo de jovens idealistas, dispostos a correr os maiores riscos pela restauração da democracia no Brasil, participava do que se convencionou chamar, historicamente, de Guerrilha do Araguaia.

Liderados por nomes como João Amazonas, Maurício Grabois, Carlos Nicolau Danielli, Pedro Pomar e Elza Monnerat, cerca de 80 militantes do PCdoB se embrenharam pelo Brasil profundo - na região do rio Araguaia, na Amazônia, próximo à divisa do Pará com o Maranhão e o atual Estado do Tocantins - para organizar um núcleo de combate armado à ditadura militar instalada no país a partir do golpe de 1964. Este movimento era entendido como ação necessária diante da brutalidade e subordinação da ditadura diante dos interesses americanos. 

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De 1967 a 74, esses valentes brasileiros se misturaram à população local, tentando organizar a derrubada do governo autoritário a partir da mobilização de trabalhadores rurais.

Já em julho de 66, em sua VI Conferência, o PCdoB aprovara o documento “União dos brasileiros para livrar o país da crise, da ditadura e da ameaça neocolonialista”, que apontava a guerrilha como uma das principais formas de luta contra o regime. A ideia era realizar um intenso trabalho de organização popular, criando núcleos de combatentes. “Em toda parte, em especial no campo, é preciso discutir os problemas da luta armada e, guardadas as normas de trabalho conspirativo, tomar medidas visando à sua preparação prática”, afirmava o documento da época.

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Alguns dos guerrilheiros reunidos no Araguaia tinham recebido treinamento militar na China ou em Cuba. Eles se misturaram à população local, formada por famílias de pequenos agricultores que viviam em condições miseráveis e aptas para iniciar uma revolução. Os militantes trabalhavam como pequenos comerciantes, médicos e professores, para não despertar suspeitas e ganhar a simpatia dos locais, enquanto organizavam a guerrilha, dividida em três destacamentos na mata (A, B e C).

Em 1972, o governo militar descobre a existência da guerrilha e começa a fazer incursões na região para tentar combater os militantes comunistas. Ao longo de dois anos, ocorrem diversos confrontos na mata entre os guerrilheiros e os soldados do Exército.

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A primeira investida contra a guerrilha, iniciada no dia 12 de abril de 1972, se deu com o cerco de 20 soldados ao destacamento A. Dois dias depois, foi atacado o C. A Comissão Militar foi informada e avisou o destacamento B. Nesse processo, foi preso o guerrilheiro José Genoino Neto, que muitos anos mais tarde seria presidente do PT.

A segunda incursão começou em setembro de 1972, com cerca de 8 a 10 mil soldados, apoiados por helicópteros e aviões, mas foi igualmente rechaçada.

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Na terceira campanha, já em 74, as forças militares contavam com cerca de 20 mil soldados do Exército, ajudados por aviões e helicópteros da FAB, lanchas da Marinha e equipes especializadas. Foi o maior movimento de tropas do Exército desde o envio da Força Expedicionária Brasileira (FEB) à Itália, na Segunda Guerra Mundial.

Ao final dessa terceira fase, a Guerrilha do Araguaia acabaria derrotada, com a morte de 60 guerrilheiros – muitos são até hoje considerados desaparecidos políticos - e a prisão dos demais. Mas o exemplo de coragem e dedicação à causa da liberdade permanece até hoje, nos inspirando sempre a lutar por um país mais justo e democrático.

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