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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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Há quem se preste a atacar Lula por criticar Lemman

A aversão a Lula tem raízes históricas e é fruto de temores injustificados, já que os negócios dessa gente andaram muito bem, obrigado, nos governos do petista

Lula e Jorge Paulo Lemann (Foto: 247 | Reuters)
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Corre a todo vapor o esforço dos jornalões para que se deflagre um movimento de oposição cega ao governo Lula, que não completou dois meses. Não chega a ser surpresa, mas o cinismo é aberrante e descarada é a intenção de turbinar a pressão do mercado contra qualquer ação que vise a recompor o poder aquisitivo da classe média e conferir dignidade às classes mais baixas da pirâmide social.

Colunistas, comentaristas e outros que os valham alegam que a mídia independente tenta tornar Lula uma espécie de presidente inimputável, por afinidades ideológicas ou pelo fato que, com ele, a democracia não corre risco. Ora, a garantia da democracia é argumento bastante forte, mas, do lado de cá, não se pretende nada parecido com inimputabilidade.

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O governo Lula merece, no mínimo, tempo. E que não se busque escandalizar gestos corriqueiros nem enxergar pelos em ovos. 

Incontáveis vezes, Lula afirmou que nesta sua nova jornada, a exemplo das anteriores, atuará de forma responsável em termos fiscais. Um novo arcabouço fiscal está sendo concebido, claro que bem diferente do teratológico teto de gastos, dispositivo de resto ignorado por Bolsonaro e Paulo Guedes.

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Mas, o que fazem os jornalões? 

Semeiam o clima de terror econômico quando o presidente diz, simples e corretamente, que a responsabilidade social deve preponderar sobre a responsabilidade fiscal, como se isso sinalizasse gastança indiscriminada, algo que nunca houve nos governos Lula. Fernando Haddad montou uma equipe técnica qualificada na Fazenda, pôs Bernard Appy para cuidar da reforma tributária, autor de uma proposta antes aplaudida pelo mercado.

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Para o pessoal da bufunfa, não basta. A turma que se imagina liberal não tem a menor preocupação com coisas como miséria, fome, educação e saúde dilapidadas. Na verdade, nem deseja “menos Estado”, mas um Estado a seu serviço exclusivo. Não a sensibiliza a fala capitalista, porém saudável, de Lula, proferida na entrevista dada semana passada a Kennedy Alencar, quando criticou o juro alto: capitalismo é dinheiro circulando, é crédito, é poder de compra pelo povo, é emprego, é produção.

A onda mais recente é atacar Lula por criticar... Jorge Paulo Lemman! O sujeito que mascara contabilidades, dá calotes, lucra bilhões com isso etc e tal, como se viu com espanto, mereceu elogios do inefável Carlos Alberto Sardenberg, que o caracterizou como mecenas. Para o jornalista de O Globo, Lemman não cometeu crime, só “errou”, e quem merece repúdio é o presidente.

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Ah! Mas o mercado puniu Lemman com a queda das ações das Americanas! E daí? Fraudes de 40 bi deveriam gerar reações muito mais graves do que a queda do valor de ações.

Esse pessoal é incorrigível e nem disfarça seu preconceito. A aversão a Lula tem raízes históricas e é fruto de temores injustificados, já que os negócios dessa gente andaram muito bem, obrigado, nos governos do petista.  Em síntese, os donos do dinheiro tiveram motivos para detestar Bolsonaro, mas algo mais forte os afasta de Lula: o nordestino, ex-operário, definitivamente não é um deles.

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