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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Há tempo de ajeitar o tailleur, Dona Raquel

"Há tempo de Dona Raquel endireitar o corpo, ajeitar o tailleur e se recompor, para que não apenas a sua anágua fique de fora. Pode ser que o seu nome também. E aí o clima da foto será outro. Se foto houver", avalia a jornalista Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia

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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia

Há um tempo, escrevi um alerta à Dona Raquel Dodge, avisando que ao curvar a espinha em direção ao Planalto a sua anágua apareceu. Depois disto ela já foi vista às gargalhadas – só ela consegue gargalhar neste momento, no país –, ao lado do presidente e da primeira dama, a senhora Michele. Talvez estivessem falando de algum cheque ou depósito da primeira-dama, daí a conversa estar tão animada.

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Ocorre que, neste ínterim, entre o meu alerta e a foto “descontraída”, houve a perspectiva de fim de mandato da Dona Raquel, na Procuradoria Geral da República. Ela que não havia se colocado para a votação em lista tríplice, de repente resolveu postular o cargo, correndo por fora, em raia livre.  

Para demonstrar o quanto os seus serviços são fundamentais para o (des)governo, recebeu com pompas e ares amigáveis, o procurador Deltan Dallagnol, no auge da crise de vazamentos, promovidos pelo site The Intercept Brasil. Ou melhor, quando a imprensa tradicional (a única que eles reconhecem) já havia aderido às denúncias de conversas pouco republicanas entre o juiz Moro e a força-tarefa coordenada por Dellagnol, o que, no mínimo, provocou “estranheza” no meio jurídico, para não dizer, indignação.  

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Não contente, Dona Raquel curvou-se mais um pouco. Contribuiu para o tumulto provocado pela medida do presidente Dias Toffoli, - que vetou investigações baseadas em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e de outros órgãos de controle, sem autorização judicial prévia -, atendendo a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O senador, como sabemos, agrega ao nome a explicação: filho do presidente.

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A medida de Toffoli deu um nó em vários processos e Dona Raquel, prestimosa, tomou providências. Enviou recurso contra a decisão do presidente do STF. Resolveu que todos os promotores estaduais tenham que solicitar autorização judicial para receber dados de órgãos como o Coaf. Choveram críticas, que resultaram numa nota dos promotores, onde apontam que isto levaria a tratamento diferenciado pelos órgãos dos estados com relação ao Ministério Público Federal (MPF). Nos embargos de declaração, Raquel Dodge apontou que a decisão do ministro Toffoli não pode alcançar a todas as investigações em curso no país, sob pena de extrapolar as condições iniciais do caso, levando os juízes a irem além do que é solicitado pelas partes. E, agora sim, vem o que interessa. A decisão de Toffoli deveria se restringir ao caso de Flávio Bolsonaro. É ou não é uma boa piada? Daí tantos risos na foto.

Mas, como quem ri por último ri melhor, outro outsider, (fora da listra tríplice organizada pelo Ministério Público Federal) o subprocurador geral da República Augusto Aras, foi recebido por Jair Bolsonaro pela segunda vez no Palácio da Alvorada. Isto, depois de Bolsonaro dizer, no domingo passado, que até o dia 17 de agosto pretende anunciar o nome do próximo/a Procurador/a Geral da República. Um mês antes do fim do mandato da atual procuradora. Até lá, há tempo de Dona Raquel endireitar o corpo, ajeitar o tailleur e se recompor, para que não apenas a sua anágua fique de fora. Pode ser que o seu nome também. E aí o clima da foto será outro. Se foto houver.

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