Há uma vida inteligente além do mainstream
Cabe aos intelectuais, jornalistas, e outros grupos afins, buscarem justiça social de seus lugares de fala, de forma que haja mudanças na estrutura de poder
“Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), entrou com uma ação civil pública, com pedido de liminar, contra o município de Teresópolis, na região serrana do Rio, com a finalidade de suspender o show do cantor Leonardo, previsto para o dia 21 deste mês, ao custo de R$ 800 mil aos cofres públicos.
Na ação, o MP explica que o município de Teresópolis decretou recentemente estado de calamidade financeira, reconhecendo dívidas de aproximadamente R$ 700 milhões, além de haver atrasos em salários, verbas rescisórias e repasses a hospitais conveniados ao SUS”.
Acima lemos matéria que deveria despertar sempre o uso da pressão popular no que diz respeito ao tal do “cheque em branco” - artefato entregue pelos eleitores nas mãos representativas - nem sempre tão equânimes, de seus representantes; especialmente em se tratando de orçamento público bem aplicado.
Como foi bom ler tal notícia, que frisa que a população está de olho nas contas públicas, mesmo ainda de forma incipiente, por estar sentindo na pele a ausência de saúde, educação, e segurança pública de qualidade. Cabe aos intelectuais, jornalistas, e outros grupos afins, buscarem justiça social de seus lugares de fala, de forma que haja mudanças na estrutura de poder para atender às necessidades do povo, em Municípios, em Estados, enfim, na Federação.
Claro, que sabemos da existência de um mainstream, onde vigora aquilo que é determinado pelo sistema. Quem escolhe o melhor cantor, o melhor jornalista, o melhor hit, em um frenesi de inclusão/exclusão vegetativo e serviçal?
Lamentavelmente, não será o talento que cada um possui; intrínseco, que “abrirá portas”, mas sim, corporativismo torpe, um protecionismo imérito, que impera nas fissuras do poder, ou como dizia Foucault: na microfísica do poder.
Você pode ser o mais criativo escritor, tecer contos, crônicas, artigos com a destreza exigida pela potência/ato; não obstante, se não tiveres um padrinho que obtenha de ti um toma-lá-dá-cá: nada feito, morrerás na invisibilidade e imobilidade...
Obviamente, com bastante persistência, resiliência e autoestima: o “talentoso injustiçado” poderá furar a bolha da corrente dominante, para demonstrar ao que veio... para provar que há vida inteligente além do comum, do aceito como pop, como moda, como excelência, ao que está em voga, sendo tido como tendência ou como o principal em: autor que está no mainstream da literatura moderna.[Economia] Produtos e serviços acessíveis ou feitos para o grande público, em oposição ao que é individualizado e direcionado para um público específico, fora do senso comum.
Há de ter cuidado, pois existem habitantes do planeta MAINSTREAM que podem ser expulsos deste orbe, caso não se adaptem às condições ambientais que imperam nesta paragem, então, poderá ocorrer o transporte ativo de este elemento indesejável. Se você não ri da morte de alguém, já é motivo suficiente para ficar de fora da turma ...” mainstreaminiana”.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

