Habeas corpus para Temer
"Eu não entendo porque ninguém diz claramente que Temer tem que ser solto. Tem que receber habeas corpus, urgente. Ninguém precisa ser jurista para chegar a essa conclusão", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia; "Temer é um joguete nas mãos da Lava Jato. Está sendo usado na disputa de poder que se trava internamente. Depois de Sérgio Moro ascender ao Ministério da Justiça, a Lava Jato ficou sem líder. Daí a sua acefalia", afirma; "O sonho de Bretas é fundar a República do Rio de Janeiro em lugar da República de Curitiba"



Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia
Eu não entendo porque ninguém diz claramente que Temer tem que ser solto. Tem que receber habeas corpus, urgente. Ninguém precisa ser jurista para chegar a essa conclusão.
Um antigo samba dor-de-cotovelo, de Herivelto Martins e Marino Pinto tem um verso muito didático:
“Primeiro é preciso julgar/ pra depois condenar”.
O algoz do ex-presidente, Marcelo Bretas diz na sua decisão que Temer é “investigado”. Nem acusado é. E um investigado só pode ser preso preventivamente se tentar fugir, coagir testemunhas ou destruir provas. Ou se a sua liberdade é fator de perturbação da ordem. Na ausência dessas quatro condições, a prisão preventiva é ilegal.
A Lava Jato convenceu os brasileiros a esqueceram de que só se condena depois de julgar e só se prende depois de condenar. Na última instância.
A voracidade em punir, em jogar “os cristãos aos leões” dos novos Torquemadas a pretexto de “salvar o Brasil da corrupção” obnubilou a cabeça dos brasileiros.
Temer é um joguete nas mãos da Lava Jato. Está sendo usado na disputa de poder que se trava internamente. Depois de Sérgio Moro ascender ao Ministério da Justiça, a Lava Jato ficou sem líder. Daí a sua acefalia.
O movimento de Bretas teve o objetivo de mostrar que ele está no jogo e é candidato a assumir o posto deixado por Moro.
No mundo animal, onde prevalece a lei da selva, assume a liderança o mais agressivo, aquele que mata os outros.
No mundo da Lava Jato também é assim.
Bretas já condenou o Almirante Othon a 43 anos de prisão (a maior pena da Lava Jato), Sergio Cabral a 45, além de mandar acorrentá-lo. E agora prendeu um ex-presidente, a exemplo de Moro.
O sonho de Bretas é fundar a República do Rio de Janeiro em lugar da República de Curitiba.
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