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    Alex Solnik

    Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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    Haddad tem que tirar 2 Alckmin de Bolsonaro

    "A pesquisa Datafolha confirmou meus cálculos que detalhei na coluna de ontem: deu 58% a 42% para Bolsonaro. Isso quer dizer que tanto Haddad quanto Bolsonaro ficaram com 12% cada um do estoque de 24% dos votos dos candidatos perdedores e que Haddad precisa tirar 9 pontos percentuais dele, ou 9 milhões de votos, o dobro da votação de Alckmin", diz o colunista Alex Solnik; "Tirar dos 46% que Bolsonaro obteve no primeiro turno é mais difícil que dos 12% que somou depois do primeiro turno dos outros candidatos", afirma, acrescentando ser "mais viável virar os votos destes cristãos novos e não daqueles que já vinham com ele do primeiro turno, fidelizados"

    Haddad tem que tirar 2 Alckmin de Bolsonaro (Foto: Esq.: Fabio Pozzebom - ABR / Dir.: Stuckert)

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    A pesquisa Datafolha confirmou meus cálculos que detalhei na coluna de ontem: deu 58% a 42% para Bolsonaro. Isso quer dizer que tanto Haddad quanto Bolsonaro ficaram com 12% cada um do estoque de 24% dos votos dos candidatos perdedores e que Haddad precisa tirar 9 pontos percentuais dele, ou 9 milhões de votos, o dobro da votação de Alckmin.

    Essa é a lógica do segundo turno: quem está em segundo lugar só avança tirando votos de quem está em primeiro. E quem está em primeiro só precisa garantir que o adversário não tire nenhum.

    A questão é: de onde Haddad pode tirar os votos de que precisa?

    Tirar dos 46% que Bolsonaro obteve no primeiro turno é mais difícil que dos 12% que somou depois do primeiro turno dos outros candidatos. Já que ele era o segundo candidato desses eleitores, é mais viável virar os votos destes cristãos novos e não daqueles que já vinham com ele do primeiro turno, fidelizados.

    Desse universo de 12% Haddad tem que tirar 9 pontos. Deixar Bolsonaro com 3%. Desse modo, ele somaria os 3% aos 46% do primeiro turno, daria 49% e obrigatoriamente Haddad ganharia com 51%.

    Vamos ver o que dizem os números.

    Depois do primeiro turno, confirma a pesquisa, Bolsonaro herdou 4,5% dos 12,5% de Ciro (30% dos eleitores de Ciro declaravam voto no capitão). Haddad já recebeu 8% de Ciro, mas pode lutar pelos outros 4,5% se tiver a decidida cooperação do candidato do PDT em sua campanha do segundo turno.

    De Alckmin, Bolsonaro recebeu 2,3%, o mesmo que Haddad. Acho difícil Haddad conseguir algum voto nesse nicho, mas não custa tentar.

    Do direitista Amoedo, Bolsonaro herdou 2,5% e não vejo como Haddad poderá convencer algum eleitor de Amoedo a mudar seu voto para ele.

    Meirelles entregou 0,6% para cada um dos finalistas. Não é impossível Haddad conquistar a parte de Bolsonaro para ele.

    Mas acho impossível Haddad atrair os 1,2% do Cabo Daciolo e 0,8% de Álvaro Dias.

    De Marina e de Boulos, Haddad já herdou o que tinha que herdar, revelou a pesquisa.

    A grosso modo, se Haddad tirar de Bolsonaro os 4,5% de Ciro, os 2,3% de Alckmin e o 0,6% de Meirelles a soma dá 7,4%. Falta 1,6% para 9%.

    Por outro lado, a soma dos votos de Amoedo, Daciolo e Álvaro Dias dá 4,5% que, adicionados aos 46% do primeiro turno, bastante cristalizados, dão ao candidato da ditadura 50,5%.

    O recado é grave. Cabe aos brasileiros desmentir, nos próximos dias, o que dizem os números neste momento.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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