"Hand of cow"

Doação de US$50 mi dos EUA ao Fundo Amazônia foi um anti-clímax e outra demonstração de que o império investe com mais disposição em armas que em meio-ambiente

Luiz Inácio Lula da Silva, Joe Biden e Floresta Amazônica
Luiz Inácio Lula da Silva, Joe Biden e Floresta Amazônica (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real | Reuters)


Só US$50 milhões? Que miséria! Ou Biden não tem tanto interesse assim em preservar a Amazônia, ou não acredita que a grana vai preservar a Amazônia ou é um mão de vaca! Ou então o império está definitivamente no bagaço! 

Foi, de fato, um anti-clímax. E mais uma clara demonstração de que o império investe com muito mais disposição em armas que em meio-ambiente.

O Fundo Amazônia nasceu em 2008, no segundo governo Lula, aberto a doações nacionais e internacionais, para financiar projetos que diminuam o desmatamento, um amplo leque que vai de monitoramento por satélites a regularização ambiental do agronegócio. 

De lá para cá, arrecadou R$3 bilhões, sendo 93% da Noruega, um país de apenas 6 milhões de habitantes e PIB de US$480 bilhões (o do Brasil é de US$1,8 trilhão e o dos EUA, US$23 trilhões). A Alemanha, maior potência europeia, entrou com 6%. E a Petrobrás, com 0,5%. 

Nenhum outro país da Europa, apesar de toda a preocupação retórica com o desmatamento, deu um tostão até agora. 

Em 2019, o Fundo estagnou. A Noruega congelou R$2,5 bilhões quando o então ministro do Meio Ambiente ameaçou desviar dinheiro do fundo para indenizar latifundiários. A Alemanha também suspendeu os aportes.

A primeira doação da Noruega, em 2009, também não foi uma fortuna: US$70 milhões. Os US$50 milhões de Biden podem ser a primeira parcela, de muitas outras, a depender dos resultados em redução de desmatamento.

Mas, para ser cumprida a meta do presidente Lula - “desmatamento zero até 2030” - Biden tem que ser mais generoso nas próximas doações se não quiser ser chamado de “hand of cow”.

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