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Jeferson Miola

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Hecatombe programada

"Os militares jogaram o Brasil no precipício fascista. Por mais agressiva e ameaçadora que possa ser a epidemia da Covid-19, e de fato ela o é, o Brasil encontra-se nesta situação não por fatalidade ou inevitabilidade, mas devido às escolhas deles, militares", escreve Jeferson Miola

(Foto: Alex Pazuello/Semcom)
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Hecatombe [Dicionário Houaiss]:

1. Na Antiguidade, o sacrifício de cem bois

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2. Massacre de um grande número de pessoas; mortandade, carnificina

3. Destruição, grande desgraça

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Com projeto genocida, militares são responsáveis pela hecatombe

A hecatombe que acontece no Brasil não é um evento natural, inevitável ou fruto de descuido. E, menos ainda, é um evento inexorável, fadado a acontecer em qualquer hipótese.

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Estamos diante de uma devastação brutal, provocada pelas escolhas deliberadas do governo militar que atua como força de ocupação do próprio país para concretizar um terrível processo de saqueio e pilhagem do Brasil pela oligarquia dominante.

Os militares da ativa e da reserva das Forças Armadas são os responsáveis diretos por esta assombrosa destruição. O governo Bolsonaro não é um governo com militares; é um governo dos militares; é um governo militar que planeja virar a chave do regime – de civil, para militar. E fará isso, apenas entenda possível, numa “nova normalidade”.

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Os militares jogaram o Brasil no precipício fascista. Por mais agressiva e ameaçadora que possa ser a epidemia da Covid-19, e de fato ela o é, o Brasil encontra-se nesta situação não por fatalidade ou inevitabilidade, mas devido às escolhas deles, militares.

O Brasil teria plenas condições de superar com eficácia as temíveis dificuldades impostas pela Covid. O país possui um dos maiores e mais eficientes sistemas de saúde universal do mundo, o SUS, que poderia produzir imunizantes tanto para abastecimento doméstico, como para o mundo inteiro, através de centros produtores de excelência, como o Instituto Butantã e a Fiocruz.

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O SUS poderia imunizar cerca de 60 milhões de brasileiros e brasileiras num único mês por meio da fantástica rede da atenção primária em saúde que, lamentavelmente, começou ser sucateada e terceirizada pelo ultraliberal Mandetta/DEM, ministro bolsonarista dos anos iniciais que expulsou os médicos cubanos do Brasil.

O Brasil, além disso, como integrante do bloco dos BRICS, poderia enfrentar as dificuldades nacionais e liderar um esforço mundial de enfrentamento eficaz e promissor da Covid ao lado da China, Rússia e Índia, os maiores produtores mundiais de imunizantes.

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Apesar disso, entretanto, neste 2 de março de 2020 o Brasil alcançou a mais alta taxa de transmissão da Covid: cada 100 pessoas transmitem o vírus para outras 113.

Tivemos, também, a maior quantidade diária de mortes evitáveis pela Covid: 1.726 vidas perdidas, ou 6 mortes a cada 5 minutos. Um recorde de mortes. Um recorde de mortes que seriam evitáveis, tivesse sido outra a estratégia de enfrentamento da doença.

Tratam-se, por isso, de assassinatos; de homicídios de brasileiros e brasileiras que morrem em consequência da política oficial do Estado, de extermínio e de indiferença à vida humana.

Tivemos, ainda, a maior média de pessoas contaminadas. E, mais grave, o colapso absoluto do sistema de saúde, com falta de leitos de UTI, de EPI’s e oxigênio de uso medicinal.

De norte a sul do país, o cenário é macabro e desolador. Registram-se cenas de dor e sofrimento por desassistência, óbitos domiciliares, morticínio por asfixia, enterros em valas comuns.

Com a necropolítica e o plano deliberado de abandono do SUS e sabotagem do enfrentamento científico da Covid, os militares transformaram o Brasil numa grande Manaus.

À frente desta guerra contra o próprio povo, os militares designaram ninguém menos que um general da ativa do Exército Brasileiro, o paspalhão general-ministro da Morte Eduardo Pazuello.

Num futuro que haverá de chegar – mais cedo que tarde –, estes facínoras serão submetidos a uma justiça de transição.

Nela, eles terão de responder criminalmente, seja nos tribunais nacionais, seja nos tribunais internacionais, pela perpetração de crimes contra a humanidade e, também, pelos crimes de genocídio, ecocídio e etnocídio.

Com seu projeto genocida, os militares assumem integralmente a responsabilidade pela hecatombe que devasta o Brasil e promove o maior morticínio da população nacional – já são quase 260 mil vítimas formais, afora as mortes subnotificadas, do regime fardado.

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