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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Holocausto nos tempos atuais

A cooptação através da fé leva muitas pessoas a apoiar o extermínio de um povo como da Palestina

Benjamin Netanyahu. Foto: Reuters
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Existe uma palavra em hebraico chamada nefresh que significa sopro vital. Estamos vivenciando esse momento no conflito Israel com Hamas, que está dizimando o povo Palestino, tirando o último sopro vital de um povo. Nefresh é uma forma exaltada do eu, mas não quer dizer alma. A oposição entre corpo e alma não existia nos tempos de Jesus, ou pelo menos na linguagem escrita deixada em papiros que possamos afirmar. Teoricamente, Jesus teria aprendido com Egípcios, budistas e orientais, essa relação corpo e alma, porém, está no campo das especulações. A versão do latim arcaico das escrituras que Santo Agostinho lia, usava anima para traduzir refresh, e nesse momento tivemos essa separação forçada. Freud chegou a tentar mudar a palavra em anima, mas novamente, por causa de tradução em outras línguas, apenas aumentou a confusão.

Por causa de uma tradução, os Salmos e o velho Testamento, são lidos a dois mil anos da forma como Agostinho lia e não como um relato do corpo humano num mundo com Deus imaginou. Muitos acabam desvirtuando para uma leitura cheia de sangue, não como umas alegorias espirituais do caminho da alma para transcender o corpo. Tudo culpa de uma tradução aproximada. Esta semana, Netanyahu justificou a guerra sem tréguas citando a religião como suporte de suas ações. Da mesma forma, Hitler, em 1924, na sua autobiografia, o Mein Kampf falava: "E, assim, eu creio, como sempre, que o meu comportamento está de acordo com a vontade do Onipotente Criador. Enquanto me mantiver de pé, serei contra o Judeu, defendendo a obra do Senhor."

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Veja que basta uma manipulação, às vezes mínima, para cooptar as pessoas para a violência e se distanciar de seu caminho da luz. Afinal, a igreja apoiou o nazismo em um momento, com a ordem Teutônica, tendo como lema uma frase da Idade Média: ‘Gott mit uns’, “Deus está conosco”. Esse cooptação através da fé leva muitas pessoas até apoiar o extermínio de um povo como da Palestina. Muitos posts com pessoas, que se diz de bem, mandando acabar com os palestinos, enquanto as TVs nem mostram as gigantes manifestações de apoio ao povo palestino pelo mundo.

Para ver como as nomenclaturas são importantes, os sionistas, que destilam ódio, nem falam a palavra: palestino. Chamam de Árabes. Porque negam a existência de um povo palestino. Lembrando que o sionismo é a transformação do judeu, uma fé, numa nacionalidade. E ter um país é um conceito recente. Theodore Herzl, criador do Sionismo, no fim de 1800, chegou a propor a criação de Israel em outros lugares como Uganda, Patagônia, Estado Unido e até na Palestina. A profecia, que justifica as palavras de Netanyahu, chega bem depois desses fundamentos. Lembrando que Theodore Herzl era laico e os ortodoxos eram contra o projeto dele por ser laico e não religioso.

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O projeto de Israel sempre foi avanço territorial como vemos em décadas, tanto que a bandeira representa o estado que iria entre Eufrates e Nilo. Ze'ev Jabotinsky, Nascido em uma família de judeus religiosos da cidade de Odessa, faz um revisionismo do sionismo e cria a versão altamente religiosa expansionista. A escalada de terror que está provocando a maior limpeza étnica moderna tem apoio americano, que tenta trazer outros países para seu lado, mas que agora enfrenta o revés da globalização, que consegue, mesmo com a proibição de internet, alimentos, água e médicos a população, ver os horrores do extermínio. E a escalada, vai demorar meses, poderá ter o contorno maior, já que agora o porta-voz do Yemen decidiu que vai lançar mísseis cruzeiro e balístico em Israel.

"Todo mundo vai ter que responder por isso, inclusive eu. Mas isso vai acontecer somente depois da guerra", disse Netanyahu. Foi a única frase correta do primeiro-ministro de Israel.

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