Hora da verdade para Lula e Marina

Para a preservacionista Marina Silva, o crescimento se subordina à proteção ambiental, num horizonte próximo do absoluto, escreve Paulo Moreira Leite

(Foto: Ricardo Stuckert)


Não quero ser pessimista, mas estou convencido de que a separação de Lula e Marina Silva pode estar menos distante do que  a maioria dos brasileiros e brasileiras gostaria.

A causa não envolve aquelas disputas impublicáveis, que marcam vergonhosas  aproximações e rupturas da maioria dos partidos políticos brasileiros, como as corriqueiras guerras por empregos públicos, verbas do governo, favores na máquina do Estado e até coisa pior.  

Estamos falando de questões relevantes para o presente e o futuro: diferentes projetos de país, que envolvem decisões relevantes para o aqui, o agora e o amanhã. São diferenças políticas, naturais na vida pública, que já eram conhecidas antes da eleição presidencial e, por razões que não é preciso enumerar agora,  perderam prioridade numa eleição na qual a necessidade de derrotar o fascismo era a grande prioridade, reconhecida por todos, inclusive aqui neste espaço. 

Cinco meses depois da posse de Lula no terceiro mandato, o abastecimento de energia tornou-se uma das prioridades incontornáveis de seu governo – e de qualquer administração seriamente interessada em pavimentar uma retomada do crescimento econômico.

Trata-se de uma prioridade óbvia e coerente no horizonte de Lula, marcado pelos compromissos com o desenvolvimento econômico, base para a criação de empregos e oportunidades numa sociedade que necessita – com urgência – redistribuir renda para reduzir a desigualdade. 

Para a preservacionista Marina Silva, o crescimento se subordina à proteção ambiental, num horizonte próximo do absoluto – como demonstra o veto contra pesquisas a mais de 500 km da costa marítima.  

Políticos experimentados, com liderança reconhecida e personalidade definida, Lula e Marina tiveram maturidade para se reaproximar em 2022, após uma dolorosa separação política. 

Resta saber se poderão manter a mesma postura diante de diferenças que explodiram antes do novo governo completar seis meses de mandato. 

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