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Giselle Mathias

Advogada em Brasília, integra a ABJD/DF e a RENAP – Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares e #partidA/DF

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Humanos ou parafusos? O dilema posto pelo coronavírus

Se podemos tirar algo desta pandemia, é perceber o valor do capital humano, o qual não é substituído como um parafuso e não pode ser produzido em série

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Nas últimas décadas do século 20 e no início do século 21 as teorias econômicas neoliberais ganharam força no mundo, exigindo menos gastos públicos e menor controle regulatório frente aos mercados, principalmente, o mercado financeiro.

Charles Chaplin na obra Tempos Modernos já vislumbrava como o ser humano era e é tratado pelo sistema capitalista, como uma simples peça da engrenagem para a produção de lucro para o grande capital, que  aparentemente não possui uma face, e por este motivo não é definido, e, portanto, parece disperso no mundo, quando na verdade não o é. Encontra-se nas mãos de poucos!

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Os que comandam o capital não estão nas manchetes, não concorrem a eleições, não são o veio da Havan ou o hamburgueiro do Madero, eles estão muito acima decidindo quais países irão os sustentar financeiramente e os que os manterão militarmente. Não somos livres, nem Brasil, nem Suíça e muito menos EUA, somos todos escravos do capital. Isso perdurará até percebermos que estes só sobrevivem às custas do nosso trabalho, engenharia, inteligência e criatividade.

Vendemos o maior capital para os empresários por um baixo custo, o capital humano, e os empresários nos revendem e se escravizam aos financistas.

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Se podemos tirar algo desta pandemia, é perceber o valor do capital humano, o qual não é substituído como um parafuso e não pode ser produzido em série, como acreditam os que se classificam como Plutocratas, pois capital não se remunera sem que haja produção, sem que exista trabalho, sem o ser humano.

A existência do dinheiro, do capital advém do trabalho, da produção e do consumo, e sem isso não há sistema financeiro, o qual se construiu como agente garantidor do capital. 

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O coronavírus escancara para quem quiser ver que o capital não se remunera, esta é a grande falácia do Mercado Financeiro, criada para justificar a dominação dos grandes acumuladores de dinheiro sobre a política e soberania dos Estados, e produzir escravos para a manutenção de sua doença egoísta e perversa do acúmulo.

As sociedades que acreditaram apenas no capital frente a pandemia, e permitiram a morte de milhares de seres humanos, terão uma retomada lenta de suas economias. Isso porque o que faz a economia e o lucro de poucos é a atividade humana, são seres humanos com seu trabalho, criatividade e inovações que fazem as sociedades evoluírem. 

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O acúmulo de capital, o lucro baseado na exploração do trabalho de outrem e a ganância apenas nos escravizaram em uma sociedade que o ter nos define diante do outro. Algo superficial e que não nos completa, não nos define e muito menos nos torna felizes.

Muitos dirão que a meritocracia é o que vale, e que muitos não alcançam a “tranquilidade da liberdade do capital” por incompetência, por falta de esforço sem considerar que não há meritocracia no capitalismo, mas apenas o dinheiro que possibilita o sucesso do garoto propaganda.

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Passa da hora de questionarmos o sucesso e a meritocracia, daqueles que frequentarão as melhores faculdades do mundo, que terão recursos para abrirem seus negócios de sucesso aos 25 anos, depois de terem quebrado pelo menos umas 5 vezes, ou de atingirem altos cargos na burocracia do Estado, tudo isso graças aos recursos familiares.

Quando perceberão que os meritocratas do setor público e privado estão nessa posição, simplesmente, em razão do privilégio classista e porque se submetem sem questionar ao poder do capital, que sacrificam inúmeras vidas humanas em prol de um pequeno grupo que detêm o poder financeiro, que  são pessoas mesquinhas, baixas e sem nenhum pudor quanto a vida humana? 

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Hoje estamos diante de homens (sim, patriarcado na veia) que desconsideram a vida humana, que sequer possuem a sabedoria de perceber que sem o capital humano, sem o trabalhador, considerado como um mero parafuso, fácil de ser substituído, não há economia, que não haverá retomada econômica.

Temos na atualidade, no governo brasileiro, grandes imbecis que não percebem que quanto mais vidas perdermos, mais difícil será a retomada econômica após essa parada obrigatória.

Não somos parafusos, não somos substituíveis, não só no aspecto familiar e emocional, mas também no aspecto econômico, e os neoliberais brasileiros tentam a todo custo impedir e em um tosco marketing esconder que os trabalhadores são a força motriz da economia, pois não há lucro para o empresário sem o trabalhador, porque não há consumo sem o trabalhador, não há capital sem o trabalhador, não há economia sem o trabalhador.

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