Imortal sem rosto
A ABL abandonou as tradições de publicações literárias de reconhecido mérito e passou a reconhecer figuras midiáticas de valores duvidosos
A cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, que era ocupada pelo cineasta Cacá Diegues, agora será da jornalista da GloboNews Míriam Leitão.
Com alguns livros infantis com pegada ambiental como “O mistério do pau oco”, “A perigosa vida dos passarinhos pequenos” e “As aventuras no tempo”, percebe-se que a ABL abandonou as tradições de publicações literárias de reconhecido mérito e passou a reconhecer figuras midiáticas de valores duvidosos.
O filho de Míriam Leitão, Matheus Leitão, escreveu um livro onde narra histórias que ouvia de seus pais Míriam e Marcelo. “Em nome dos pais” conta a perseguição, prisão e tortura de seus pais pela ditadura militar.
Outro filho de Míriam, Vladimir Netto, escreveu o livro “Lava Jato”, onde expõe bastidores da operação que destruiu a indústria brasileira, perseguiu inimigos políticos e tentou roubar mais de R$ 2 bilhões supostamente recuperados para criar uma Fundação de interesse de Moro e Dallagnol. Míriam escreveu o prefácio do livro dando destaque ao perfil intenso do ex-juiz Moro.
Outro jornalista que se destacou na mídia corporativa foi Fernando Gabeira. Também com passado de militante, escreveu o livro “O que é isso companheiro?”. Gabeira, antipetista, elogiou a decisão da Lava Jato na condução coercitiva de Lula dizendo que “todos são iguais perante a lei”. Fernando Gabeira está na fila para entrar para a imortalidade, assim como sua colega de “guerrilha”.
“Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade”. E caminhamos, empilhando déspotas nas prateleiras, imortalizados como cadáveres sociais, servidos como iguarias na mesa do castelo do diabo.
O imortal autêntico, sem julgamento, não tem rosto. Foi queimado nas trincheiras da resistência no Araguaia, Casa da Morte ou Casa Azul. Foi surpreendido nas esquinas das cidades e desfigurado com um golpe misericordioso de arbitrariedade. SEM ANISTIA!!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

