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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Imprensa e capital com a costumeira má vontade

A postura histórica dos grandes meios e do mercado financeiro revela resistência permanente ao protagonismo político de Lula e às pautas sociais do governo

Lula e Tarcísio de Freitas (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Arthur Pacheco/Governo do Estado de SP)

A grande imprensa e o capital apoiam a extrema direita e continuam não aceitando Lula como grande líder político. A notícia é velha, mesmo com o ano novo chegando. Levantando algumas questões advindas ao longo de 2025, pode-se traçar o que vem por aí.

Na mais recente pesquisa de intenção de votos para a eleição de 2026, ficou demonstrado que Lula venceria já no primeiro turno em dois cenários, quando há poucos candidatos de direita. Apenas quando Ratinho Júnior está entre as possibilidades é que a quantidade de votos em Lula é menor do que a soma dos adversários, levando a um segundo turno. Essa situação sequer foi comentada. Está difícil para a Faria Lima vender o governador fluminense de São Paulo como candidato viável.

Mesmo assim, a grande imprensa clama por qualidade, afirmando que “o jornalismo muda o mundo”. Decerto que é pretensioso o título, mas necessária a discussão. No entanto, além da falta de informação publicada por indivíduos que apenas repetem o que alguém realmente produziu, há um volume considerável de comentários feitos por eles sobre notícias falsas. Ou seja, a desinformação superou — e muito — a falta de informação. Espero que, junto aos exemplos exitosos do jornalismo, também os deslizes sejam avaliados. O da Escola Base é o primeiro a ser lembrado, mas não se deve esquecer a Lava Jato e outras “denúncias” congêneres.

Em contraponto, a ombudsman da Folha, em artigo de um mês atrás, tocou em ponto importante ao discorrer sobre a ênfase em vitórias e derrotas do governo, mas esperar que o jornal tenha boa vontade com o governo Lula seria um milagre jornalístico. Nunca teve, nem mesmo com a vitória do governo em relação à isenção do imposto de renda. Sem contar os editoriais recentes contra a redução da jornada de trabalho, muito semelhantes àqueles de décadas atrás contra o décimo terceiro salário, as férias e outras conquistas trabalhistas. Apenas coincidências?

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.