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Marcio Chaer

Diretor da revista Consultor Jurídico e assessor de imprensa

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Imprensa inova e troca jornalismo por campanhas populistas

O esforço para escolher o procurador-geral e ministros de tribunais só não é maior que a tentativa de reescrever as decisões anti-populistas do Judiciário

Paulo Gonet Branco (Foto: Reprodução)
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A Folha de S.Paulo publica hoje no portal UOL que o subprocurador-geral da República, Paulo Gustavo Gonet Branco é pai do advogado Gustavo Teixeira, que seria ligado ao ministro Gilmar Mendes e que um outro filho, o advogado Pedro Henrique, trabalha no gabinete do ministro. Na vida real, Gustavo não é filho de Gonet, apesar do sobrenome em comum. Pedro Henrique, por sua vez, não trabalha em gabinete algum do STF.

A reportagem, baseada em deduções e inferências iguais às do parágrafo acima, se inscreve dentro do movimento que cresce na mídia tradicional para restaurar os métodos lavajatistas no Judiciário e no Ministério Público e quer revanche. A receita é a mesma do processo que levou Jair Bolsonaro ao poder: criar uma grande onda com o objetivo de emparedar o STF.

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Esta semana, os três maiores jornais do país descreveram a decisão do ministro Dias Toffoli, em relação à Odebrecht, da mesma forma que Frederico Vasconcellos descreveu os falsos fatos descritos no primeiro parágrafo deste texto. Uma espécie de negacionismo jurídico fundido com terraplanismo jornalístico.

O alvo central da força-tarefa clandestina lavajatista é o ministro Gilmar Mendes — o primeiro ministro a desmascarar o esquema fraudulento de Curitiba que acabou se espalhando pelo país — secundado pelos ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.

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Os sucessivos ataques contra a decisão de Dias Toffoli ignoram que o ministro apenas replicou sucessivas decisões do Supremo Tribunal Federal. A descrição, contudo, totalmente descolada da realidade — e sem qualquer constitucionalista que a respalde — faz crer que Toffoli decidiu sozinho liberar o crime no Brasil.

Tivesse apurado melhor suas informações, Vasconcelos saberia que Pedro Henrique trabalhou, sim, no STF. Mas não como "advogado", como se publicou. O jovem só obteria registro na OAB depois.

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O esforço para escolher o procurador-geral da República e ministros de tribunais só não é maior que a tentativa de reescrever as decisões anti-populistas do Judiciário. Pena que não haja o mesmo esforço para fazer jornalismo.

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