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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Impunidade pode estimular muito mais violência na campanha

"É preciso punir os responsáveis pelos atentados, aparentemente já identificados, porque a impunidade dos covardes agressores certamente será um estímulo para a escalada da violência que, diante do clima de intolerância e ódio hoje existente no país, poderá provocar um possível derramamento de sangue durante a campanha eleitoral", diz o colunista Ribamar Fonseca; "Por sorte ainda não houve vitima fatal, mas a julgar pelo ódio dos fascistas, que já pregam abertamente pelas redes sociais o assassinato de Lula e até de ministros da Suprema Corte que votaram a favor do seu habeas corpus, não se deve descartar essa possibilidade"

"É preciso punir os responsáveis pelos atentados, aparentemente já identificados, porque a impunidade dos covardes agressores certamente será um estímulo para a escalada da violência que, diante do clima de intolerância e ódio hoje existente no país, poderá provocar um possível derramamento de sangue durante a campanha eleitoral", diz o colunista Ribamar Fonseca; "Por sorte ainda não houve vitima fatal, mas a julgar pelo ódio dos fascistas, que já pregam abertamente pelas redes sociais o assassinato de Lula e até de ministros da Suprema Corte que votaram a favor do seu habeas corpus, não se deve descartar essa possibilidade" (Foto: Ribamar Fonseca)
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Um pequeno objeto lançado na careca do candidato José Serra, durante a campanha das eleições presidenciais de 2002, provocou indignação da grande imprensa, que abriu grandes manchetes e publicou editoriais condenando a violência dos petistas. O médico particular de Serra chegou a declarar que havia risco de traumatismo craniano. Logo depois, porém, graças a um vídeo gravado pelo SBT, o atentado foi desmascarado, pois constatou-se que o "pesado objeto" era, na verdade, uma bolinha de papel. Hoje, dezesseis anos depois, grupos de fascistas eleitores de Bolsonaro atacam a caravana de Lula nos Estados do Sul, com pedras, paus, chicotes e até tiros, provocando ferimentos em mulheres, num professor e até num padre, mas os jornalões somente agora, após os tiros que ameaçaram a vida do ex-presidente, começaram a noticiar o atentado, embora sem a mesma ênfase. As instituições, porém, continuam em silêncio, como se o atentado à vida de um ex-presidente da República não fosse um fato gravíssimo, que merece a mais ampla e profunda investigação para identificação e punição dos culpados.

No mesmo dia noticiou-se a denúncia do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, sobre ameaças que a sua família estaria sofrendo, como consequência da sua atuação no julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, onde votou contra. A Globo, que dedicou grande espaço para a noticia, inclusive com entrevista do próprio Fachin, insinuou que as ameaças teriam partido de petistas. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; o presidente da OAB, Lamachia, entre outros, condenaram as ameaças a Fachin e exigiram providências das autoridades de segurança. Ao mesmo tempo, a presidenta do STF, ministra Carmen Lúcia, ampliou o esquema de segurança do ministro e solicitou a ação da Policia Federal, providência necessária para proteger o relator da Lava-Jato e punir os responsáveis. A diferença de tratamento para as "ameaças" a Fachin e aos "atentados" a Lula, no entanto, retrata bem os sentimentos que predominam hoje no país, frutos do clima de intolerância e ódio implantado pela mídia e disseminado nas redes sociais.

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Por sua vez, os candidatos da direita, Geraldo Alkmin e Jair Bolsonaro, também se manifestaram, mas para culpar Lula pelos atentados de que foi vítima, praticamente aprovando os atos criminosos. Só faltaram dizer que os disparos foram feitos pelo próprio líder petista. O candidato tucano declarou que "o PT está colhendo o que plantou", enquanto Bolsonaro afirmou que o ex-presidente "colhe os ovos do galinheiro em que transformou o Brasil". Eles falam como se estivessem imunes a semelhante violência que, mais do que um atentado a Lula, é um atentado à democracia. Mais grave, porém, foi o posicionamento da senadora Ana Amélia, do PP gaúcho, que não apenas aplaudiu os ataques à caravana do ex-presidente em terras do Rio Grande do Sul como, também, cumprimentou os agressores, especialmente os que usaram o chicote contra petistas e simpatizantes de Lula. A senadora, que aprovou o golpe com discursos estridentes da tribuna da Câmara Alta, deve ser punida pela mesa da Casa, pois é inadmissível que uma parlamentar possa concordar com atentados à democracia.

O ministro Raul Jungman, da Segurança, informou que mandou a Policia Federal investigar as ameaças ao ministro Edson Fachin, mas entende que no caso do atentado à caravana de Lula as investigações devem ficar por conta das autoridades estaduais, porque não seria um crime federal. Claro que é um crime federal, porque a vítima do atentado é um ex-presidente da República. É preciso punir os responsáveis pelos atentados, aparentemente já identificados, porque a impunidade dos covardes agressores certamente será um estímulo para a escalada da violência que, diante do clima de intolerância e ódio hoje existente no país, poderá provocar um possível derramamento de sangue durante a campanha eleitoral. Por sorte ainda não houve vitima fatal, mas a julgar pelo ódio dos fascistas, que já pregam abertamente pelas redes sociais o assassinato de Lula e até de ministros da Suprema Corte que votaram a favor do seu habeas corpus, não se deve descartar essa possibilidade.

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Parece que estão brincando com fogo, porque paciência tem limites. Dificil prever até quando o povo brasileiro, ordeiro por natureza, aceitará sem reagir às agressões, o que pode acontecer se insistirem na prisão do ex-presidente. Os inimigos de Lula, que são também os inimigos do Brasil, estão atacando de todos os lados para impedir que ele volte à Presidência da República. Atacam na mídia, nas redes sociais e até no cinema com mentiras, utilizando o método nazista de propaganda para influenciar os incautos; atacam na Policia Federal, no Ministério Público e no Judiciário, tentando legalizar a perseguição e o banimento do ex-presidente da vida pública; e atacam agora com violência, ferindo militantes e simpatizantes petistas. A situação do país está ficando muito tensa, inclusive com a desorganização da hierarquia das suas instituições, onde um juiz de primeira instância ousa criticar o Supremo e seus ministros e até a fazer pressão e recomendações. O juiz Sergio Moro, transformado em celebridade pela mídia, comporta-se como se fosse a autoridade máxima da Justiça, ao ponto de fazer recomendações sobre a questão da prisão em segunda instância e pressionar a ministra Rosa Weber para que vote contra o habeas corpus de Lula. Como costuma dizer o ministro Marco Aurélio Mello, estamos vivendo "tempos muito estranhos".

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