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Pedro Paiva

Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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Inferno no Havaí e as mudanças climáticas

As mudanças climáticas são reais e as consequências estão sendo sentidas de forma mais rápida e acentuada do que se acreditava

Incêndio no Havaí (EUA) (Foto: Reuters)

Na Ilha de Maui, no Havaí, um incêndio florestal já deixou 36 mortas em menos de 48 horas. O fogo começou na terça-feira de noite e levou caos e destruição ao lado mais habitado e turístico da ilha. As chamas também chegaram à Ilha Grande.

Na noite de terça-feira, para escapar do fogo, moradores e turistas chegaram a se jogar no mar. As imagens que circulam nas redes sociais, e passam incessantemente em todos os grandes canais de TV dos Estados Unidos, são a mais nova lembrança das duras consequências das mudanças climáticas.

O incêndio no Havaí foi potencializado pela passagem de um furacão na região, o Furacão Dora. Eventos climáticos extremos, como este, estão cada vez mais comuns nos EUA e no resto do mundo.

No início da semana, uma grande tempestade que tomou conta da Costa Leste do país levou destruição à regiões entre o Mississippi, no sul, até Nova York, no nordeste. Pelo menos duas pessoas morreram. Em Washington, até mesmo funcionários da Casa Branca e do Pentágono foram liberados mais cedo.

Em Vermont, estado representado por Bernie Sanders no senado, um dos grandes defensores das causas ambientais no Congresso americano, as chuvas levaram a inundações sem precedentes em julho. O mesmo aconteceu no interior do estado de Nova York.

No Texas e no sul dos EUA, o problema foi a onda de calor recorde. A situação mais grave é no Arizona, que faz fronteira com o México. Em Phoenix, capital do estado, os termômetros passaram dos 43ºC por 31 dias consecutivos.

Segundo novos levantamentos, os eventos climáticos extremos e as ondas de calor no hemisfério norte - que fizeram de julho passado o mês mais quente da história da humanidade - estariam impactando também a economia.

De acordo com um estudo da Swiss Re, companhia de seguros da Suíça, os desastres naturais causaram um prejuízo de US$120 bilhões só no primeiro semestre de 2023. Outro estudo, da também seguradora Alliance Trade, o PIB mundial deve sofrer um impacto negativo de 0,6% este ano exclusivamente por causa das ondas de calor.

As mudanças climáticas são reais e as consequências estão sendo sentidas de forma mais rápida e acentuada do que se acreditava. Quem sabe sentido o prejuízo no bolso o problema não seja levado mais a sério.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.