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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Intervenção na Vale fortaleceria Mourão e militares

Se intervir na Vale para punir sua irresponsabilidade em produzir desastres empresarial-ambiental-social o vice-presidente General Hamilton Mourão aumenta seu cacife político e fortalece politicamente os militares no poder bolsonariano

Intervenção na Vale fortaleceria Mourão e militares (Foto: Adriano Machado - Reuters)
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Cavalo arriado na porta

O vice-presidente General Hamilton Mourão está com o cavalo arriado da sorte passando na porta do palácio do Planalto, no exercício do poder, substituindo o presidente Bolsonaro sob intervenção jurídica; se intervir na Vale para punir sua irresponsabilidade em produzir desastres empresarial-ambiental-social aumenta seu cacife político e fortalece politicamente os militares no poder bolsonariano.

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A população está inconformada com a situação de desleixo no tratamento dos resíduos da mineração; as barragens são construções frágeis; fogem de toda regra de segurança; transformou-se em risco fatal para a vida da comunidade.

As mais de 300 mortes em Brumadinho são pura falta de cálculo não apenas técnico mas social; a empresa, depois de privatizada, excluiu, do seu cálculo de risco, o perigo social; cuidou, apenas, de potencializar lucros e dividendos para os acionistas, à revelia do cuidado contra desastres ambientais.

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Interessa aos exploradores internacionais do minério da Vale, tão somente, a questão financeira, econômica e especulativa; a Vale deixou de ser empresa de caráter social, para dar lugar à pura especulação com os preços de minérios, fixados por bolsas internacionais.

O lucro da empresa aumentou em mais de 250% desde o desastre de Mariana há 3 anos; até que ponto essa valorização foi ou não produzida pelo cálculo de risco, para influir na cotação internacional do minério nas bolsas de negócios, especialmente, em Chicago?

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Teria ou não sido desastre programado?

O sinistro eleva o preço e o lucro dos exploradores.

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As frágeis construções das barragens, sujeitas a chuvas e trovoadas, demonstram instabilidade que refletem na formação de preços internacionais; a maior ou menor oferta e demanda recíprocas variam ao sabor do risco do negócio, especulado nas bolsas.

Nas economias primário-exportadoras, o controle dos preços está fora e não dentro do país; é o que, também, passou a acontecer com o preço da gasolina; ela é determinada pela variação do dólar e da cotação das commodities, controladas, invariavelmente, por oligopólios; estes dominam os preços primários, no jogo da extração, produção e comercialização em escala global.

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A Petrobrás submeteu-se ao mesmo jogo especulativo imposto pelos mercados externos aos preços das commodities óleo e minério.

Antinacionalismo especulativo

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Minérios, óleos e alimentos, base da economia nacional, variam ao sabor do antinacionalismo especulativo, o espírito que domina a exploração mineral; como inexistem cadeias produtivas, que agregam valor à produção primária, a cotação é dada pelo especulador externo não pelo produtor interno.

Não se desenvolve capitalismo orgânico, no qual se expande produtividade, para garantir competitividade internacional; o domínio da produção de primários de forma oligopolizada, como acontece com a Vale privatizada, eterniza desindustrialização e deterioração nos termos de troca internacional.

Não há um átimo de interesse público e social por parte da Vale como empresa meramente exportadora; o contrário ocorria quando era estatal; produção primária articulava-se com produção secundária e terciária, no desenvolvimento das cadeias produtivas; por meio delas, dialeticamente, industrializa-se a economia; pinta agregação dos valores terciários e secundários aos primários e vice-versa, interativamente, na lógica desenvolvimentista em busca de sustentabilidade econômica.

A Vale privatizada é garantia de deterioração nos termos de troca internacional e, sobretudo, descompromisso com a sua função social de agente do desenvolvimento nacional, como foi concebida em 1942 por Getúlio Vargas; como meramente exportadora de produtos primários e semielaborados não apenas é abandonada a responsabilidade social da empresa, como, igualmente, deixa de ser agente do desenvolvimento sustentável.

A falta de responsabilidade social, comprovada pelo desastre ambiental, abre espaço à ação política do Estado; será necessário restabelecer a responsabilidade social da empresa como produto de clamor popular.

O desastre empresarial ambiental revelou ser grande crime contra os direitos humanos.

Os militares vão continuar com essa estratégia antinacional, antipopular, eleitoralmente, suicida?

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