Paulo Henrique Arantes avatar

Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor do livro "Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil". Editor da newsletter "Noticiário Comentado" (paulohenriquearantes.substack.com)

391 artigos

HOME > blog

Investimento estrangeiro no Brasil: Folha foi a Davos para confirmar uma mentira

Para sorte do Brasil, o investidor estrangeiro ignora o que publica a Folha de S. Paulo

Folha de S.Paulo (Foto: Divulgação)

A indescritível Folha de S. Paulo mandou sua reportagem ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, e concluiu, com direito a chamada destacada: ninguém dá bola para o Brasil, país que afugenta os investidores por estar em situação de risco fiscal. A turma da bufunfa só quer saber de Donald Trump.

A coisa funciona da seguinte maneira. O diretor do jornal diz para o editor de Economia, ou de Internacional, que é necessário pintar o Brasil como país alheio ao círculo do dinheiro mundial. O editor manda o repórter ouvir gente que confirme esse isolamento – não importa, é claro, se a premissa é verdadeira ou falsa.

A reportagem da Folha foi a Davos e colheu aspas do CEO do Nubank, do economista-chefe do Itaú Unibanco, do CEO da Be8 e concluiu que “o Brasil está fora do radar internacional”.

Desprezando regra básica do jornalismo, a Folha não se municiou dos dados mais recentes sobre investimento estrangeiro no Brasil antes de embarcar para Davos. Ou esqueceu que em novembro de 2024 a Moody’s elevou a nota de crédito soberano do país, de Ba2 para Ba1. O presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Jorge Viana, declarou: “O país está voltando a disputar o mundo e a se apresentar como parceiro confiável para quem quer realizar investimentos seguros e inovadores. O Brasil poderá alcançar US$ 1 trilhão no fluxo anual de investimentos até 2026”.

Exatamente em 25 de novembro de 2024, anunciou-se um saldo do IDP (Investimento Direto no País) de US$61,3 bilhões acumulados de janeiro a outubro, em alta de 6,2% em relação ao mesmo período de 2023. Dias antes, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) informava que o Brasil fora o segundo país que mais recebera fluxo de investimento estrangeiro direto nos primeiros meses do ano, atrás apenas dos Estados Unidos.

Ao término de 2024, veio a confirmação do cenário positivo. No mês de dezembro, os investimentos diretos no país alcançaram US$2,765 bilhões, perfazendo um saldo do IDP no ano de US$71,070 bilhões, informou o Banco Central na sexta-feira, 24 de janeiro de 2025. A alta é de 13,82% em 2024 em comparação com 2023.

Para sorte do Brasil, o investidor estrangeiro ignora o que publica a Folha de S. Paulo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

Artigos Relacionados