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Cláudio da Costa Oliveira

Economista aposentado da Petrobras

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Itaú vai lucrar muito com venda de ativos da Petrobras

A Associação Brasileira dos Distribuidores de GLP (ASMIRG) denunciou o fato de o Banco Itaú ter sido contratado para negociar a venda da Liquigás pela Petrobras, meses antes da venda da Liquigás. Ocorre que o Banco Itaú é sócio do grupo Ultra, dono da Ultragáz, principal interessado na compra

Em foto de arquivo, pessoas entram em agência do Itaú no Rio de Janeiro 29/01/2014 REUTERS/Sergio Moraes (Foto: Cláudio da Costa Oliveira)
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“O fato é que Ivan Monteiro deixou o conselho de administração da Ultrapar em fevereiro de 2015, quando assumiu a diretoria financeira da Petrobras”

A Associação Brasileira dos Distribuidores de GLP (ASMIRG) denunciou o fato de o Banco Itaú ter sido contratado para negociar a venda da Liquigás pela Petrobras, meses antes da venda da Liquigás.

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Ocorre que o Banco Itaú é sócio do grupo Ultra, dono da Ultragáz, principal interessado na compra.

Na época a ASMIRG afirmou:

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“O setor de gás de cozinha alerta o Brasil para o maior golpe de sua história, a venda da Companhia Distribuidora Liquigás anunciada na mídia, mostra o efeito colateral de Pasadena na Petrobras, agora se vende uma empresa enxuta, de alta lucratividade por preço insignificante.”  

E também:

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“Difícil de entender a ausência de conflito de interesses nomeando o Sr. Ivan de Souza Monteiro, membro do conselho de administração do grupo Ultra, ao cargo de diretor da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores da Petrobras S.A. Coincidências é que com a entrada do Sr. Ivan Monteiro, teve o start de venda da Companhia Distribuidora Liquigás , colocando o processo como o mais avançado e tendo como potencial comprador a Companhia Distribuidora Ultragáz.”

O fato é que Ivan Monteiro deixou o conselho de administração da Ultrapar em fevereiro de 2015, quando assumiu a diretoria da Petrobras.

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De nada adiantaram os protestos da ASMIRG, e a Liquigás foi vendida para a Ultragáz por R$ 2,67 bilhões.  

A Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) realizou um estudo elencando diversas perdas com a venda da Liquigás dos quais destacamos o seguinte:

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“Pela resolução 15/2005 da ANP, art. 21, cada distribuidor só pode envasar em recipientes com sua marca estampada em relevo. Existem 24,9 milhões de botijões P-13 com a marca Liquigás em mãos de consumidores brasileiros, o que constitui de fato uma reserva de mercado, pois não é possível utiliza-los por outras distribuidoras sem consentimento da Liquigás. O Grupo Ultra terá acesso a esse mercado sem investir em novos vasilhames. Considerando que cada vasilhame novo custa R$ 107, a economia da Ultragáz será de R$ 2,66 bilhões parfa atingir esses consumidores, quase o valor ofertado pelo restante da empresa (instalações, marca etc). Isto é, estão levando a empresa de graça”

 

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Com a compra da Liquigás, a Ultragáz deterá 50% do mercado brasileiro de gás de cozinha, aumentando substancialmente seu valor patrimonial. Com isto o Banco Itaú poderá se desfazer de sua participação no grupo com polpudos lucros.   

Na última sexta-feira, 10/02, fruto do excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pela advogada do Sindipetro-SE/AL, Drª Raquel Oliveira Sousa, foi obtida uma liminar suspendendo a venda da NTS – Nova Transportadora do Sudeste por US$ 5,2 bilhões.

Na verdade, a venda deveria ter sido fechada um dia antes, na quinta-feira, 09/02, o que inviabilizaria a concessão da liminar.

O negócio só não foi fechado na quinta-feira porque o Itaú quer uma participação entre 7% e 9% no negócio, segundo a Bloomberg.

De onde vem o poder do Itaú, para interromper um negócio que já estava praticamente fechado, e exigir uma participação no butim?

Quem deu ao Itaú o status de cliente preferencial na compra dos ativos da Petrobras?

Nos governos Collor e FHC, os bancos compraram várias estatais as quais revenderam logo depois pelo dobro do preço. A história se repete. 

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