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Leandro Fortes

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Jornalistas se comportaram como cordeiros em café com Bolsonaro

Colunista Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia, critica o que chama de "antientrevista sob medida para o antijornalismo" conduzida por Bolsonaro em café da manhã nesta sexta-feira; sobre o "chilique" do general Heleno, lamentou: "E nenhum repórter sequer levantou a voz para, ao menos, lembrá-lo que, na legislação do Brasil, não existe prisão perpétua"

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Por Leandro Fortes, para o Jornalistas pela Democracia - Esse café da manhã no Palácio do Planalto, com Bolsonaro e sua trupe, é a antientrevista sob medida para o antijornalismo, este, em voga no Brasil.

Primeiro, não há nada mais improdutivo, anti-higiênico e jeca do que entrevistar e ser entrevistado durante as refeições. Falar e comer, como se sabe, é um péssimo hábito. Essa coisa de tomar café da manhã, almoçar, lanchar e jantar com fontes é um vício de Brasília alimentado (sem trocadilho) pela cultura da boca livre.

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Ademais, pelo que pude entender, os jornalistas são tratados como gado no curral, impedidos de gravar ou transmitir informações antes do fim do tal café, quando não instruídos a somente perguntar sobre temas preestabelecidos pela secretaria de imprensa da Presidência da República, o que é, antes de tudo, ridículo. Repórter que aceita uma coisa dessa desonra a profissão.

Mas, infelizmente, a maioria aceita.

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Por medo de ser demitido, por medo de perder a fonte, por ordem do editor, que é mais covarde do que o repórter e, não raras vezes, aquele tipo de bajulador que arreganha os dentes para baixo, mas geme baixinho para cima.

Então, o general Heleno dá aquele chilique vexaminoso para o mundo todo ver e pede prisão perpétua para Lula.

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Um general que, sob o comando de Lula, então presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas, recebeu a missão de pacificar o Haiti – ponto mais alto e único de alguma relevância em sua carreira na caserna. Missão que sujou de sangue a comandar uma operação desastrada que, segundo todos os observatórios de direitos humanos do planeta, despejou 22 mil tiros sobre uma comunidade pobre de Porto Príncipe, matando mulheres e crianças.

Essa cavalgadura, aos berros, batendo a mãozinha na mesa, derrubando talheres, pediu a prisão perpétua de Lula.

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E nenhum repórter sequer levantou a voz para, ao menos, lembrá-lo que, na legislação do Brasil, não existe prisão perpétua.

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