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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

181 artigos

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Jornalões sendo jornalões

O deus mercado possui cegos seguidores que transformaram ditames do Banco Central em dogmas indissolúveis

(Foto: Divulgação)
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A Folha continua a mesma, dando espaço para quem não devia. Primeiro exemplo recente, foi no mínimo um contrasenso o porta-voz do desgoverno Bolsonaro vir a público afirmar o óbvio quanto à necessidade do controle civil das Forças Armadas no artigo “Militares profissionais coexistem com o controle civil” (9/2). Otávio Rêgo Barros, autor da proeza, chega a ser irônico ao lamentar o 8 de janeiro, cujo principal culpado, ao que tudo indica, foi o mandatário a que serviu em culposo silêncio. Para além de trazer embasamento teórico aos princípios da democracia, o general de pijama deve estar buscando uma forma de se eximir de processos. Vamos ver.

Segundo exemplo: as posições retrógradas que beiram o fascismo de Ives Gandra da Silva Martins são plenamente conhecidas e, agora, o jurista usou de um pueril sofisma para defender sua tese de que não houve tentativa de golpe no 8 de janeiro no texto “Serenidade no exame dos fatos” (10/2). Ele constrói sua “tese” dizendo que os invasores não estavam armados, como se arma para ele fosse apenas a usada por exércitos. Ora, estavam armados até os dentes de instrumentos de destruição além do ímpeto da invasão, conturbação da ordem e com o clamor pela derrubada das instituições democráticas e republicanas. Usar de retórica contra o bom senso não faz bem a quem deveria defender o Direito.

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Em reportagens aparecem os demais exemplos. A matéria de Joelmir Tavares faz uma boa radiografia do PT (12/2), mas não explicou a oscilação do número de parlamentares eleitos pela sigla ao longo dos últimos anos. A queda se deu em função da guinada à direita dos ditames político-eleitorais, com ápice no golpe contra Dilma Rousseff em 2016, processo iniciado em 2013 com as manifestações de rua que escondiam a gestação do ovo da serpente do neofascismo. Essa constatação ficou de fora. As eleições municipais do ano que vem mostrarão se a retomada com a ascensão de Lula à presidência continuará com fôlego. Além disso, um reparo precisa ser feito, pois José Dirceu continua muito ativo nas fileiras partidárias, não à frente de candidaturas, mas na formulação política. Isso também não foi mencionado.

O próprio ombudsman daquele jornal começou a revelar o que todos nós estamos vendo e lendo todos os dias: o deus mercado possui cegos seguidores que transformaram ditames do Banco Central em dogmas indissolúveis. A Folha não mudará sua opinião, não publicou meu comentário como carta, como também não altera a percepção dos atos terroristas de 8 de janeiro, como se lê no editorial “Um mês depois” (12/2), atribuindo a ação a idiotas e dizendo serem draconianas as devidas e necessárias medidas jurídicas adotadas. Assim, não se difere muito do papel que teve lá nos idos de março e abril de 1964.

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