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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Juro baixo empurra classe média para bolha imobiliária

O fôlego desse mercado é sempre curto; todo mundo corre para ele; aí acontece o de sempre: especulação, bolha imobiliária, e os preços, antes, bons, entram em espiral de baixa etc, e a vaca vai pru brejo.

(Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
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De repente o mercado imobiliário começou esquentar.

Por que?

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O negócio, como diz Marx, é aprender o capitalismo com o olho do dinheiro, do capital.

A classe média estava botando sua grana nos juros mais altos do mundo, para multiplicar sua poupança.

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De uma hora para outra, o juro cai e a poupança da classe média fica sem rendimento.

O dinheiro, que é mais inteligente que o ser humano, foi procurar melhor rentabilidade.

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Caminha, nesse momento, para o mercado imobiliário.

Subitamente aumenta compra de imóveis.

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Enquanto estiver quente, os preços subindo, vai ser uma jogar a poupança num apartamento.

Porém, o fôlego desse mercado é sempre curto; todo mundo corre para ele; aí acontece o de sempre: especulação, bolha imobiliária, e os preços, antes, bons, entram em espiral de baixa etc, e a vaca vai pru brejo.

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Não mais que de repente, passa a ter mais ap para vender do que consumidor para comprar, igual banana no mercado em final de feira; tem que vender, a qualquer preço, senão apodrece.

A bolha imobiliária apodreceu o mercado nos Estados Unidos, em 2008; adveio o crash dos derivativos de dólar, maioria para esquentar dinheiro em imóveis.

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Milhões de apartamentos e casas, financiadas pelos bancos, caírem de preços, sem consumidor, e os que compraram, com a crise, perderam emprego e não puderam continuar pagando prestações.

O Leman Brother quebrou, e todos os bancos ficaram na corda bamba; foram salvos pelo BC americano, que trocou dívida velha por dívidas novas para os banqueiros se salvarem; caso contrário…

A bolha imobiliária vai e volta, quando os juros caem.

Fator dívida pública

A queda dos juros, em escala global, é funcional; não podem ser mais positivos, senão implodem dívidas públicas já elevadas.

O BC brasileiro segue o BC americano, para, também, não implodir a dívida pública, que já se aproxima dos 100% do PIB; haveria hiperinflação e revolução popular.

Com inflação em queda por conta da redução neoliberal do consumo e os juros, cadentes, para não implodir dívida pública, a poupança da classe média entrou em estresse, para saber para onde ir.

O aquecimento do mercado imobiliário, nesse instante, portanto, é resultado do juro baixo, caminhando para zero; os poupadores passam a pagar para guardar o dinheiro no banco; isso já acontece nos Estados Unidos, Japão, Europa etc; coloca-se 100 dólares, no início do ano, mas pega só 80 ou 90, no final.

A única vantagem, para o poupador, é que o governo garante o mercado de títulos, mesmo remunerando, agora, a juro baixo; já, no mercado imobiliário, financiado pela banca privada, o normal é a volatilidade; o imóvel fica ao sabor da especulação, sem o colchão de segurança do tesouro.

Quanto pinta superaquecimento do mercado, como aconteceu nos Estados Unidos, matriz do crash, os preços desabam; aí o poupador se descabela e pode crescer onda de suicídios.

O reino encantado da classe média, em multiplicação constante, na taxa de juro elevada, acabou.

Com erosão da poupança e a economia em paralisia cerebral, aprofundando desigualdade social, que bombeia especulação com dólar, a classe média, diante do plano Guedes, chora desamparada.

Destituída de qualquer colchão, pois tudo é jogado ao mercado, a classe média fica diante de duas opções 1 – sentir saudade de Lula ou 2 – seguir fascismo bolsonarista.

Não é à toa que, diante do perigo de instabilidade social, como se generaliza na América do Sul, Bolsonaro e Guedes ameaçam todo mundo com o AI-5, quanto mais as expectativas econômicas desanimam os investidores.

Durante o AI-5, a classe média se sentia segura, mas, também, os trabalhadores, porque a economia, na ditadura, crescia  7% ao ano, milagre brasileiro.

Agora, porém, a insegurança ronda todos: a classe média e sua poupança e os trabalhadores, afetados pela recessão e desemprego.

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