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Jeferson Miola

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Juro real com Galípolo é quase quatro vezes maior que na gestão Campos Neto

Não há, a rigor, qualquer justificativa para a manutenção dos juros nesse patamar no Brasil

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante coletiva de imprensa, em Brasília - 27/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Na gestão de Gabriel Galípolo a taxa de juro real –acima da inflação– está em 9,92%, quase quatro vezes maior que durante o período do bolsonarista Roberto Campos Neto no Banco Central [BC], que ficou em 2,59% de taxa de juro real na média anual [tabela].

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Nos 27 anos de vigência do sistema de metas inflacionárias no Brasil adotado em 1999, a atual taxa de juro real [9,92% ao ano] só é menor que a praticada durante a gestão de Armínio Fraga [1999 a 2002, governo FHC], que foi de 11,29% ao ano em média. Importante lembrar a situação econômica do país acentuadamente volátil naquela época.

Empossado na presidência do BC em janeiro de 2025, Galípolo assumiu com a SELIC em 12,25% ao ano.

Em três reuniões consecutivas do Comitê de Política Monetária [Compom] já com maioria de diretores indicados pelo presidente Lula, a taxa foi aumentada sucessivamente para 13,25%, 14,25% e 14,75% até alcançar os 15% em julho, patamar atual.

Tal incremento da SELIC representou um aumento de 149 bilhões de reais das despesas financeiras do governo, subtraindo recursos orçamentários para as áreas sociais e investimentos, comprometendo o equilíbrio fiscal e aumentando a proporção de dívida pública em relação ao PIB.

Apesar das atas e comunicados “inventivos” do Copom inventando pretextos para justificar juros estratosféricos, não há, a rigor, qualquer justificativa para a manutenção dos juros nesse patamar no Brasil, que só ficam atrás da Turquia e na frente até mesmo da Rússia, país em guerra.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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