Paulo Henrique Arantes avatar

Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor do livro "Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil". Editor da newsletter "Noticiário Comentado" (paulohenriquearantes.substack.com)

391 artigos

HOME > blog

Leão XIV fará jus a Leão XIII, o papa da justiça social e dos trabalhadores?

Leao XIII introduziu no seio da Igreja Católica a ideia de que os Estados devem exercer, antes de tudo, uma função social

O recém-eleito papa Leão 14, cardeal Robert Prevost, dos Estados Unidos, na sacada da Basílica de São Pedro no Vaticano - 08/05/2025 (Foto: REUTERS/Stoyan Nenov)

O cardeal americano Robert Francis Prevost é o papa Leão XIV. Se fizer jus ao nome de Leão XIII - o italiano Vincenzo Gioacchino Pecci, cujo pontificado perdurou de 1878 a 1903 -, Prevost dará rumos progressistas à Igreja Católica, aprofundando a obra de Francisco.

Pode-se afirmar que Leão XIII foi, no seu tempo, revolucionário. Editou a encíclica Rerum Novarum, marco fundador da Doutrina Social da Igreja, que tratou das condições da classe operária, da justiça social e das relações entre capital e trabalho. Publicou também a encíclica Aeterni Patris, num redescobrimento de Santo Tomás de Aquino como base filosófica e teológica.

A Rerum Novarum, de 1891, condenou a exploração dos trabalhadores e a miséria operária, defendeu o direito à organização sindical e à propriedade privada com função social.

Ao passo que criticou tanto o marxismo quanto o liberalismo econômico desregulado, Leao XIII introduziu no seio da Igreja Católica a ideia de que os Estados devem exercer, antes de tudo, uma função social. Por isso, alguns o consideram o artífice inaugural do que viria a ser chamado de Estado de Bem-Estar Social.

Leão XIII foi o primeiro papa amplamente fotografado, em um tempo em que a fotografia ainda era uma novidade tecnológica. Suas imagens circularam por jornais, revistas e cartões-postais, fortalecendo sua presença simbólica mesmo fora do Vaticano.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.